Por Carlos Eduardo Alves, jornalista
O DataFolha que derruba mitos. A pesquisa de hoje do confiável DataFolha confirma que o ex-presidente Lula é uma fortaleza eleitoral única no coração dos pobres brasileiros e, junto com deterioração do genocida, enterra de vez o mito do “antipetismo” e “antilulismo” majoritários que analistas de direita da mídia tentaram emplacar durante anos ao distinto e ávido público de classe média. Faltou combinar com os miseráveis.
Aos números: sem fazer campanha, Lula tem impressionantes 64% entre os milhões de desempregados, contra 18% do genocida. Entre os pobres que recebem até dois salários por mês — e que representam 57% do eleitorado–, o ex-presidente tem acachapantes 57%. Para se ter ideia da questão opção de classe, no eleitorado que se diz empresário, o genocida trucida Lula com 52% x 25% numa das simulações de primeiro turno. Só que essa turma endinheirada é apenas 2% do eleitorado.
Outros números do levantamento atestam que a opção Lula é claramente uma questão de classe: no pessoal de renda média (de 5 a 10 salários), o genocida bate Lula com quase o dobro. Já no castigado Nordeste, a rejeição ao fascista bate em estratosféricos 70%. Até no Sudeste, com suas aglomerações de pobres e miseráveis nas periferias, o veto ao genocida já está em 60%.
O trabalho do DataFolha é totalmente confortável para Lula. O homem está hoje na condição de jogar parado. Isto é, o pior que pode acontecer é ser submetido a um segundo turno, do qual sairia vencedor com quase o dobro dos votos (58% a 31%).
O resultado bruto das duas simulações de primeiro turno feitas pelo instituto dá a Lula a vitória já na primeira volta, respeitadas as margens de erro. Considero, no entanto, a hipótese improvável.
Outros números também são excelentes para o petista. O voto espontâneo cresce, a rejeição é bem menor (37% de veto contra 59% do genocida), o empate entre os que se declaram evangélicos, etc. Do que mais se poderia acusar Lula na campanha depois que ele apanhou na mídia nos últimos anos? Talvez ter matado a mãe…
No frigir dos ovos (ou votos), outro numero chama a atenção. Somados, os votos de Lula e genocida representam 80% dos válidos. Ou seja, não existe opção ou espaço para a terceira via que a mídia de direita tenta criar. Ou dá ou desce.
Ou se vota no ex ou no atual Presidente da República. Os por enquanto barrados no baile podem crescer? Doria é natimorto, Leite vai receber um super empurrão da mídia mas não emplaca e Ciro 12, que pode ser a opção da direita na base do se não tem tu vai tu mesmo pode até chegar aos tradicionais e intransponíveis 12%, mas não passa disso.
Mesmo faltando muito tempo, a eleição já está de fato polarizada. O genocida tem 25% em seu pior momento e deve crescer um pouco graças ao Bolsa Família turbinado e algumas medidas ditadas pelo desespero eleitoral, mas tem hoje uma barreira de contenção civilizatória que impede um triunfo popular. Vai ameaçar com golpes com seus milicos fascistas, mas não tem força para consolidar um tapetão.
Lula pode cair? Não, não há maneira de o homem, num hipotético e improvável cenário de campanha desastrosa, ter menos de 40% no primeiro turno. E o cara é craque no quesito falar ao povo, convenhamos.
Por fim, imagino o desgosto daqueles que apostaram desde 2015 na morte de Lula e do PT. Figuras como o jurista Merval Coalhada Pereira e o analista de direita da Folha que crava há 6 anos a morte política do ex-presidente devem estar atônitas.
Empolgaram o público da GloboNews, tomaram-no por retrato brasileiro mas esqueceram de ouvir a maioria absoluta dos brasileiros, os pobres e miseráveis. Aquela multidão que viveu os governos de Lula o tem no coração. É amor definitivo. Roubaram a eleição de 2018, mas os muitos milhões de teimosos querem dar o troco em 2022.