Por Carlos Eduardo Alves, jornalista
O Ipec divulgou uma nova pesquisa sobre sucessão presidencial. Normalmente, o boteco só comenta os levantamentos feitos pelo DataFolha, em razão da confiabilidade técnica do instituto e também pelo fato de ele fazer levantamentos presenciais. Como dito em posts anteriores, a entrevista olho no olho é fundamental no Brasil. Os levantamentos por telefone distorcem invariavelmente o peso e a opinião dos mais pobres.
Estamos falando de um País imenso e com dificuldades grandes ainda de acesso digital a uma parcela significativa de seus habitantes. Não estamos falando de EUA ou Europa, acacianamente repito. E porque o Ipec merece análise. Em primeiro lugar e para quem não sabe, o Ipec é formado por ex-executivos do finado Ibope, com larga tradição no ramo de estudos sobre opinião pública. É gente do ramo.
Depois, a obtenção dos dados é feita presencialmente. Esqueçam as tais “pesquisas por telefone”. São mais baratas para fazer, mas seus resultados são frágeis.
Premissa vencida, o que diz o IPec? Lula lidera com folga a corrida. O genocida come poeira e a tal “terceira via” tende a ser uma disputa patética de patetas. Nenhuma surpresa, a não ser talvez para o analista de direita da Folha que desde 2015 vaticina o fim de Lula e do PT. Faltou combinar com o distinto público.
O levantamento do Ipec avança em alguns pontos que o humilde gerente aqui não ousa, como a força de Lula na região Sul e a possibilidade de o líder petista levar já no primeiro turno. Mas aí é análise política do estabelecimento aqui.
Há um fato político indiscutível hoje no mundo político: Lula está no segundo turno é é favorito para vencer a eleição. Há também uma torcida na mídia para que o genocida esvazie ainda mais e um candidato de direita convencional, chamada pornograficamente de “centro” pela imprensa, tire o lugar do genocida na disputa contra Lula. Improvável pelo nanismo popular da tal alternativa e, também, pela força que o genocida tem e que não deve cair muito até outubro de 2022.
Sim, o genocida detém hoje força suficiente para chegar ao segundo turno, apesar de ter transformado em inferno inédito a vida dos brasileiros e de o País ser hoje um pária internacional.
De olho na urna e não pela necessidade verdadeira dos miseráveis, vai turbinar o Bolsa Família, mexer com o IR da classe média e outras medidas. Vai ajudar um pouco na sua popularidade, mas o modelo econômico higienista social é incapaz de resolver o drama do desemprego.
De qualquer maneira, quem conhece o Brasil hoje sabe que é impossível a direita limpinha ou mesmo Ciro 12 tirar o fascista da volta final.
Falta muito tempo para a eleição, mas Lula está e ficará fortíssimo até lá, o genocida constará no segundo turno e a mídia continuará na busca infrutífera de um candidato de direita limpinha viável. Para desespero da escola jurista Merval Coalhada Pereira, Lula continua no coração do povo brasileiro.
Foto: Ricardo Stuckert