Por Altamiro Borges para Carta Maior
Ibope e Datafolha, os dois institutos preferidos da elite tupiniquim, divulgaram novas pesquisas sobre a corrida presidencial. Resultados não devem ter alegrado
Ibope e Datafolha, os dois institutos preferidos da elite tupiniquim, divulgaram novas pesquisas sobre a corrida presidencial. Os resultados não devem ter alegrado esta minoria tão abjeta da sociedade. Além de evidenciarem que a candidatura Dilma está mais consolidada, apesar do bombardeio midiático, eles não permitem superar a crise existência dos ricaços. Para os que já tinham embarcado na canoa de Marina, as pesquisas indicam que a ex-verde está derretendo. Já para os que apostavam no tucano Aécio, elas revelam que seu crescimento é frágil. Para piorar, as sondagens ainda apontam que Dilma Rousseff pode ser reeleita já no primeiro turno. Haja insônia, angústia, sofrimento!
Segundo o Datafolha, divulgado na sexta-feira (26), a presidenta ampliou em 13 pontos a vantagem sobre a candidata-carona do PSB no primeiro turno. Ela cresceu três pontos e aparece com 40% das intenções de voto, contra 27% de Marina Silva – que caiu três pontos. A própria Folha, do mesmo grupo empresarial, confessa que “a tendência de subida contínua de Dilma sugere que a eleição pode ser decidida já na primeira etapa”. Já Aécio Neves, o cambaleante tucano, cresceu um ponto – algo meteórico –, de 17% para 18%. Ainda segundo a Folha, “outra novidade positiva para Dilma é que, pela primeira vez, ela aparece à frente de Marina no teste de segundo turno” – 47% a 43%. Haja crise existencial nas “zelites”!
No caso da pesquisa Ibope, divulgada na terça-feira (23), a situação não é tão dramática assim para os ricaços. Mas ela também não permite uma definição prévia do voto útil. Segundo a sondagem, Dilma Rousseff subiu dois pontos e estaria com 38% das intenções de voto; Marina Silva caiu um ponto e teria 29%; já Aécio Neves está com 19%. A soma dos votos garantiria a realização do segundo turno, o que já é motivo de alívio para a direita nativa. Tanto é que os “calunistas” da mídia, frequentadores do bordel dos bilionários, têm preferido basear suas análises nos resultados no Ibope – também batizado do “Globope” pelo blogueiro Paulo Henrique Amorim. Esta opção evita stress antecipado!
De qualquer forma, as duas pesquisas mais recentes apontam que os neoliberais – sejam os agrupados em torno do cambaleante tucano ou da ex-verde – terão maiores dificuldades para retornar ao Palácio do Planalto. Como reconhece o editorial da Folha deste domingo (28), o cenário se mostra mais favorável à continuidade do ciclo político iniciado pelo ex-presidente Lula. O chamado “fator Marina”, a grande aposta das elites na derrota do “lulopetismo”, parece que deu zebra. “As retas traçadas pelo desempenho de Dilma e Marina fizeram percursos opostos. Enquanto a presidente subiu, alcançando agora 47% das preferências, a ex-ministra caiu a 43%. A petista retoma parte do favoritismo que havia perdido”.
Já o sonho da reação de Aécio Neves parece que também gorou. “O tucano sem dúvida encontrará, no contínuo desgaste da pessebista, motivo para manter vivas as esperanças de que possa ser ele, e não Marina, o nome a enfrentar Dilma num ainda provável segundo turno. Mas, talvez na mesma proporção, a equipe petista poderá acreditar numa vitória imediata. A hipótese, por ora, é remota, mas o PT não precisará de mais do que isso para, nesta última semana de campanha, tornar ainda mais agressivos os golpes direcionados a Marina Silva”, afirma o editorial da Folha. Daria para contrapor: a mídia oposicionista e seu dispositivo partidário vão tornar “ainda mais agressivos os seus golpes” contra Dilma Rousseff nesta última semana da corrida presidencial. Serão dias de fortes emoções!