Publicado em Brasil 247 –
Representantes da Polícia Federal têm agido nos bastidores para evitar novos acordos de delação premiada no âmbito da operação Lava Jato; o movimento acontece precisamente quando a delação da empreiteira Odebrecht entra na reta final, mencionando integrantes da cúpula do PMDB e o próprio presidente, Michel Temer; oficialmente, a PF nega qualquer influência do governo
Representantes da Polícia Federal têm agido nos bastidores para evitar novos acordos de delação premiada no âmbito da operação Lava Jato. O movimento acontece precisamente quando a delação da empreiteira Odebrecht entra na reta final, mencionando integrantes da cúpula do PMDB e o próprio presidente, Michel Temer. Oficialmente, a PF nega qualquer influência do governo.
A versão oficial é de que os dois anos e sete meses de operação já renderam material suficiente para as investigações. Além disso, membros da PF alegam que novos acordos de delação aumentariam a sensação de impunidade da população.
Conforme reportagem da Folha de S.Paulo, em conversas reservadas, “pessoas ligadas a Odebrecht afirmam que a posição da PF contra delação premiada teria relação com algum movimento do governo de Michel Temer, já que integrantes da cúpula do PMDB, incluindo o presidente, são mencionados no acordo com a empreiteira. A PF, porém, nega qualquer diálogo ou influência do governo”.
“A opinião da PF sobre o tema acirra a divergência da instituição com a Procuradoria-Geral da República.
A relação entre os dois lados, que nunca foi de proximidade, tornou-se mais distante após a assinatura da delação premiada do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró em novembro do ano passado.
A polícia no Paraná soube pela imprensa, por exemplo, que o ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) havia sido preso, naquele mesmo mês, por propor um plano de fuga para Cerveró.”