PF segue o rastro de dinheiro entregue por Braga Netto para financiar plano de assassinar Lula

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Mauro Cid afirmou em delação que os recursos foram levantados com a ajuda do “pessoal do agronegócio”

Por Otávio Rosso, compartilhado de Brasil 247




na foto: General Braga Netto (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

247  A Polícia Federal está intensificando as investigações para seguir o rastro do dinheiro que, segundo o tenente-coronel Mauro Cid, foi entregue pelo general Walter Braga Netto ao major Rafael de Oliveira para operacionalizar o plano golpista “Punhal Verde e Amarelo”, informa O Globo. A trama envolvia os assassinatos do presidente Lula (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com a delação de Cid, os recursos foram levantados com a ajuda do “pessoal do agronegócio”, e entregues pelo general em uma sacola de vinho após uma reunião. A participação de integrantes do setor de agronegócio no plano golpista já foi identificada em outros momentos, como na articulação de atos antidemocráticos e o bloqueio de rodovias após as eleições de 2022.

Os investigadores identificaram que Rafael Oliveira comprou um celular no valor de R$2,5 mil em uma loja em Goiânia no dia 15 de dezembro de 2022. A compra foi feita pela esposa do oficial, utilizando dinheiro em espécie. O rastreamento da PF revelou que, antes disso, ocorreram cinco recargas de crédito sequenciais no valor de R$20 para telefones que faziam parte do grupo “Copa 2022”, integrado por seis militares “kids pretos”. As recargas foram realizadas de forma simultânea em uma drogaria no Setor Sudoeste, em Brasília, também utilizando recursos em espécie.

No grupo, os militares utilizavam nomes codificados para dificultar a identificação, como “Alemanha”, “Argentina” e “Áustria”. Eles teriam utilizado uma série de técnicas de anonimização para planejar e implementar ações violentas, incluindo a tentativa de executar Moraes.

Em uma das trocas de diálogo entre Oliveira e Cid, o major pergunta se havia alguma novidade em relação à reunião ocorrida no dia 12, que a PF acredita ter ocorrido na residência de Braga Netto. Nessa conversa, Cid questiona Oliveira sobre a estimativa de gastos e questiona se a estimativa com hotel, alimentação e material ficaria em torno de R$100 mil. Oliveira responde que “Em torno disso”.

“Há fortes indícios e substanciais provas de que, no contexto da organização criminosa, o investigado Walter Souza Braga Netto contribuiu, em grau mais efetivo e de elevada importância do que se sabia anteriormente, para o planejamento e financiamento de um golpe de Estado, cuja consumação presumia, na visão dos investigados, a detenção ilegal e possível execução o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do Supremo Tribunal Federal, com uso de técnicas militares e terroristas, além de possível assassinato dos candidatos eleitos nas eleições de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin e, eventualmente, as prisões de pessoas que pudessem oferecer qualquer resistência institucional à empreitada golpista”, escreveu Moraes na decisão que autorizou a prisão de Braga Netto.

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