PGR mandou senador trocar de advogado para fazer delação na Lava Jato, revela Kakay

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Entre os vários abusos praticados na Lava Jato, réus foram pressionados a contratar nova defesa por sugestão de procuradores

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O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay. Foto: Reprodução/Youtube
O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay. Foto: Reprodução/Youtube

O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, mais conhecido como Kakay, um dos mais renomados juristas do País, disse em entrevista ao canal MyNews que membros da Procuradoria-Geral da República pressionaram réus da Lava Jato a trocar de advogado para fechar um acordo de delação premiada.

Ao cobrar a responsabilização criminal de Sergio Moro por corromper o sistema de Justiça, Kakay lembrou que falta apuração sobre a conduta dos procuradores que agiram em conluio com Moro, e também de advogados que se “associaram” à Lava Jato para fabricar as delações.

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“Temos que apurar a responsabilidade criminal de Moro, dos procuradores e de alguns advogados que se associaram a eles. Eu fui advogado de um senador da República que me disse: ‘Kakay, você é um cara em quem confio, mas recebi um recado da Procuradoria-Geral da República, que preciso trocar de advogado. Vou ter que contratar o advogado x, porque ele vai fazer o que a Procuradoria quer”, contou Kakay.

Na visão de Kakay, o Supremo “não pode dizer que houve corrupção no sistema de Justiça e não ter nenhuma consequência” para aqueles que corromperam o sistema.

O assunto veio à tona quando jornalistas do MyNews criticaram decisão recente do ministro Dias Toffoli, do STF, que decidiu anular provas derivadas do acordo de leniência da Odebrecht. Segundo Toffoli, dados extraídos dos sistemas MyWebDay e Drousys são “imprestáveis” porque houve quebra na cadeia de custódia das provas, além de terem sido obtidos por meio de cooperação internacional irregular.

Para Kakay, a decisão de Toffoli permitirá que empresas que foram penalizadas de forma ilegal com base em provas imprestáveis possam recorrer à Justiça para rever os acordos.

O advogado também avaliou que, tão importante quanto a decisão de Toffoli, é a recente iniciativa da Advocacia-Geral da União, de criar uma força-tarefa para investigar a conduta de agentes públicos envolvidos na cooperação internacional ilegal na Lava Jato.

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