PIB sobe mais que o esperado no terceiro trimestre, volta ao maior patamar da série histórica e opera 7,2% acima do pré-pandemia

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O dado do terceiro trimestre foi a terceira taxa positiva seguida. Na comparação com igual período de 2022, houve alta de 2,0%

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Lula e Fernando Haddad
Lula e Fernando Haddad (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Infomoney – O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro subiu 0,1% no terceiro trimestre de 2023 ante o trimestre anterior, conforme informou nesta terça-feira (5) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com igual período de 2022, houve alta de2,0%.

Os dados vieram acima do consenso Refinitiv de analistas, que esperava uma queda de 0,2% na comparação trimestral e uma alta de 1,9% na anual.

A soma de todos os bens e serviços finais produzidos no Brasil totalizou R$ 2,741 trilhões em valores correntes no trimestre encerrado em setembro.

O dado do terceiro trimestre foi a terceira taxa positiva seguida, após a variação de -0,1% nos últimos três meses do ano passado. Com isso, o PIB está novamente no maior patamar da série histórica e opera 7,2% acima do nível pré-pandemia, registrado no quarto trimestre de 2019.

De janeiro a setembro, o PIB acumulou alta de 3,2%, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Segundo o IBGE, dois dos três grandes setores econômicos avançaram no trimestre: Indústria (0,6%) e Serviços (0,6%). “Olhando por dentro do setor de serviços, os maiores destaques são as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,3%), especialmente na parte ligada aos seguros, e as imobiliárias (1,3%), com o aumento no número dos domicílios”, ressaltou em nota Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

Indústria

Entre as atividades industriais, o único crescimento foi registrado pelo setor de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (3,6%), influenciado pelo crescimento no consumo de energia.

“Está sendo um ano bom para o setor, sem problemas hídricos e com bandeira verde. Também foi muito quente, o que favoreceu o consumo de eletricidade e de água”, analisou Rebeca.

Já as indústrias extrativas (0,1%) e as indústrias de transformação (0,1%) ficaram estáveis.

Na mesma comparação, a construção (-3,6%) foi a única atividade industrial a cair no trimestre. “Essa atividade cresceu nos dois anos anteriores, mas 2023 não está sendo um ano bom, com juros altos e queda na ocupação, na produção de insumos típicos e no comércio de material de construção”, disse. No acumulado do ano, a construção recuou 0,9% frente ao mesmo período do ano anterior.

Serviços

Das sete atividades analisadas no setor de serviços, seis ficaram no campo positivo. Os maiores aumentos percentuais vieram das duas atividades citadas pela pesquisadora, seguidas pelo segmento de Informação e comunicação (1,0%).

As demais variações positivas foram de outras atividades de serviços (0,5%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,4%) e comércio (0,3%).

O setor de transporte, armazenagem e correio recuou 0,9%. “Essa queda vem após oito trimestres de altas e é relacionada ao transporte de passageiros”, diz a coordenadora. Como um todo, o setor de serviços representa cerca de 67% da economia.

Agropecuária

A agropecuária caiu 3,3% no trimestre, na primeira queda da atividade após cinco trimestres com taxas positivas. Segundo a pesquisadora, a agropecuária atingiu o seu maior patamar no trimestre passado e neste último houve a saída da safra da soja, a maior lavoura brasileira, que é concentrada no primeiro semestre.

“Então há a comparação de um trimestre em que há um grande peso da soja com outro em que ela não pesa quase nada. Portanto, essa queda era esperada, mas está sendo um bom ano para a atividade, que está acumulando alta de 18,1% até o terceiro trimestre”, avaliou Rebeca.

Investimentos e consumo

Na ótica da demanda, houve queda de 2,5% na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) frente ao segundo trimestre. Essa foi a quarta queda consecutiva desse indicador dos investimentos. “É um reflexo da política monetária contracionista, com queda na construção e também na produção e importação de bens de capital. Todos os componentes que mais pesam nos investimentos caíram neste trimestre”, analisou Rebeca.

Na mesma comparação, a Despesa de Consumo das Famílias aumentou 1,1% e a do Governo, 0,5%. “O crescimento do consumo das famílias é explicado por alguns fatores, como os programas governamentais de transferência de renda, a continuação da melhora do mercado de trabalho, a inflação mais baixa e o crescimento do crédito. Por outro lado, apesar de começarem a diminuir, os juros seguem altos e as famílias seguem endividadas. Houve também a queda no consumo de bens duráveis”, destacou a coordenadora.

Comparação anual

Quando a comparação é feita com o mesmo trimestre de 2022, o PIB cresceu 2,0%, impactado pelos resultados positivos dos três grandes setores. Nesse período, a agropecuária avançou 8,8%, com o aumento na estimativa de algumas culturas que têm safra relevante no terceiro trimestre, como o milho, a cana-de-açúcar, o algodão herbáceo e o café, e também da pecuária.

Na indústria, a alta foi de 1,0% ante o terceiro trimestre do ano passado. Também nessa comparação, a maior variação positiva veio da atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (7,3%), com o impacto do maior consumo de eletricidade no ano. Houve alta nas indústrias extrativas (7,2%) e queda nas atividades de construção (-4,5%) e das indústrias de transformação (-1,5%).

Já o setor com maior peso no PIB, o de serviços, avançou 1,8% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.

Todas as suas atividades ficaram no campo positivo: atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (7,0%), atividades imobiliárias (3,6%), informação e comunicação (1,6%), transporte, armazenagem e correio (1,6%), outras atividades de serviços (1,1%), comércio (0,7%) e administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,4%).

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