Com clássicos como “As rosas não falam” e “O mundo é um moinho”, o músico foi consagrado por críticos e pela mídia como o maior sambista da história
Compartilhado de GGN
Cantor, compositor e violonista, Angenor de Oliveira marcou a história do samba brasileiro com um legado de mais de 500 composições que retratam a vida do Morro da Mangueira, onde viveu grande parte de sua vida e ficou conhecido pelo apelido de Cartola – que ganhou por causa do chapéu-coco que usava para se proteger na época em que trabalhava como servente de obra.
Foi no bairro da Zona Norte do Rio, que o artista iniciou sua vida musical, conheceu mestres da música e juntos fundaram a escola de samba Estação Primeira de Mangueira, uma das mais tradicionais do estado.
Cartola e conjunto Galo Preto cantando na varanda sob o olhar atento de Dona Zica:
Trajetória
Cartola passou a infância no bairro de Laranjeiras. Ainda criança, ele aprendeu a tocar cavaquinho e violão com o pai. Nesta época, devido às dificuldades financeiras, sua família foi obrigada a mudar para o Morro da Mangueira, onde ele fez amizade com grandes nomes do samba e iniciou a vida boêmia.
Na adolescência, Cartola perdeu a mãe e a relação com o pai ficou complicada devido a malandragem. Na época, ele chegou a dormir na rua após ser expulso de casa.
Entre altos e baixos, foi com Dona Zica, uma antiga admiradora, que Cartola viveu um casamento de parceria, se fixou no Morro da Mangueira e abriu em 1963 o “Zicartola”, um bar-restaurante fundamental para a história do samba e da cultura do Rio, sendo reduto de sambistas, compositores e intelectuais.
Foi somente aos 66 anos que o artista gravou o primeiro de seus quatro discos solo. Com clássicos como “As rosas não falam” e “O mundo é um moinho”, o músico foi consagrado por críticos e pela mídia como o maior sambista da história.
Cartola morreu em 30 de novembro de 1980, aos 72 anos de idade, em decorrência de um câncer. Seu corpo foi velado na quadra da Estação Primeira de Mangueira, onde passaram músicos como Clara Nunes, Chico Buarque, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Martinho da Vila, Gal Costa, Paulinho da Viola, Gonzaguinha, entre outros.
Com informações da EBC e Arquivo Nacional.
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