Pio Redondo pelo Facebook

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Ouvindo Dexter Gordon, antes um pouco do dia, sensibilizado com as sílabas saxofonadas da música dele, notei que não abro mão de uma cadeira, silenciosa, postada ali ao lado do som.

cadeira do pio redondo

A procurei pelo Bixiga, bairro onde morei um pedaço dos anos 80, entre suas coisas alma profunda, mesmo que não soubesse quem teria sido a árvore mãe, e a quem servira.




Numa das lojas de móveis descartados encontrei a linda num canto, ensimesmada, mas, depois de acolhida, entregou-se de corpo e alma ao novo trabalho, talvez como os que antes assentira, de apoiar os braços da Denise, a mãe dos meus filhos.

Para que ela os amamentasse em paz, sem cansar um tanto mais.

Hoje, num canto da sala, acomoda uns quadrinhos com retratos felizes que, inexplicavelmente, saltam das paredes pro seu colo.

Noto, então, que nesses 26 anos que a conheço, sem saber sua idade natural, que esteve por perto do que há de mais íntimo no mundo – o elo entre a procriação, as crias e o afeto de mãe.

Acho até que entende-se bem com as crianças, que as árvores abrigam, pacientes, desde muitos antes do Bixiga, lá pra longe.

Como num contraponto à coisificação humana, a serventia, das caras que ceifam o mundo e o descartam, um dia servirá a novas mãos, firme e forte, como se contenta, com a sua própria história

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