Por Washington Luiz Araújo, jornalista, para Bem Blogado –
Rolava o ano de 1985 e eu trabalha no jornal Diário do Grande ABC, em São Paulo. Numa tarde, apareceu na redação nada mais nada menos do que o Raulzito. Ele mesmo, Raul Seixas.
Tremi da cabeça aos pés, pois Raul era o meu grande ídolo. Entrevistei-o, disfarçando uma possível timidez.
Raul estava em baixa naquele momento, meio esquecido. Foi sincero e otimista, dizendo que tinha uma música pronta, que ia estourar.
Maluco beleza, como sempre, acreditava que Tancredo Neves tinha sido assassinado, em vez de ter sido acometido de uma doença.
E fez uma música que lembrava a história da sua morte, mas dava voltas na letra para não ser pêgo, como me disse.
Era Cowboy Fora da Lei. Tinha até rima com o nome Tancredo, sem citá-lo: “Oh, coitado, foi tão cedo \ Deus me livre, eu tenho medo…”
Bom, conto isso em razão dessa paródia da música de Raul Seixas, agora em “homenagem” ao neto de Tancredo.
Vejam como o mundo dá voltas.