O policial militar Rodrigo José de Matos Soares, acusado de ser o autor do disparo de fuzil que matou a menina Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, foi absolvido das acusações em um júri popular realizado na madrugada deste sábado (9), conforme informações do G1. O caso ocorreu há cinco anos, em setembro de 2019.
Por Yurick Luz, compartilhado de DCM –
O julgamento, que teve início na tarde de sexta-feira (8) no 1º Tribunal do Júri, no Centro do Rio, se estendeu por mais de 12 horas. A decisão de absolver o PM gerou forte comoção entre os familiares presentes. “Eu tô com ódio, com ódio”, protestou a tia da menina durante a leitura do veredicto.
Rodrigo José de Matos Soares foi apontado como o responsável pelo disparo fatal enquanto a menina estava com sua mãe dentro de uma Kombi na Comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão. A versão apresentada pela investigação indicou que o policial confundiu uma esquadria de alumínio, carregada por um garupa de moto, com uma arma, o que levou ao disparo. Contudo, a família de Ágatha contesta essa versão dos fatos.
O julgamento
O julgamento estava marcado para começar às 11h, mas teve início somente às 12h15, com o sorteio dos jurados realizado pelo juiz Cariel Bezerra Patriota. Dos 21 convocados, 7 foram escolhidos para compor o júri, sendo 5 homens e 2 mulheres, que permaneceram incomunicáveis até a decisão final.
Durante a audiência, que se estendeu até as 20h, foram ouvidos quatro policiais militares que estavam no local do crime e que reforçaram a versão de que uma dupla em uma motocicleta teria iniciado os disparos. Essa versão foi contestada pelas testemunhas de acusação.
Além disso, foram convocadas cinco testemunhas de acusação, mas uma delas não compareceu. O juiz, então, decidiu exibir o vídeo do depoimento dessa pessoa ao Ministério Público. Já na parte da noite, a defesa convocou dois peritos para esclarecer pontos da investigação.
De acordo com a apuração da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), a versão de que os policiais foram atacados foi desmentida pela perícia no local do crime. A Polícia Civil concluiu que não havia confronto e que os homens com a esquadria de alumínio foram confundidos com criminosos, levando aos disparos dos policiais.
A investigação apontou que o tiro disparado por Rodrigo José de Matos Soares ricocheteou em um poste e entrou pela traseira da Kombi onde Ágatha estava sentada, perfurando o forro do assento e atingindo a criança nas costas, com saída pelo tórax, segundo o laudo pericial.