PM Dhiego Souto de Jesus, que estava à paisana, foi preso após atirar em ato do deputado Paulo Guedes, candidato à reeleição, em Montes Claros (MG). Outro PM mostrou órgãos genitais e arma a apoiadoras.
Por Plinio Teodoro, compartilhado da Revista Fórum
O policial militar Dhiego Souto de Jesus, que atua na 3ª Cia da PM de Iturama, no interior de Minas Gerais, foi o responsável por efetuar ao menos um tiro durante campanha do deputado federal Paulo Guedes (PT-MG), que é candidato à reeleição, em Montes Claros, no norte do estado, na noite deste domingo (25) quando ocorreu o atentado. Segundo o parlamentar, foi o terceiro atentado de um policial armado durante atos de campanha na última semana.
Apoiador de Jair Bolsonaro (PL), o PM alegou em depoimento no boletim de ocorrência, a qual a Fórum teve acesso, que efetuou os disparos quando passava em meio à carreata e uma amiga que estava no banco de trás do carro – um Voyage branco – gritou “Bolsonaro”: “momento em que três pessoas de moto fecharam o veículo em que estava o declarante, que este assustou, com medo de estarem armados, por terem colocado a mão na cintura, que efetuou um disparo com arma de fogo para cima, momento em que os indivíduos abriram o trânsito e o declarante conseguiu sair do local”.
O PM foi preso, mas na manhã desta terça-feira (26) negociava o pagamento de fiança para responder em liberdade.
A versão de Dhiego Souto de Jesus, que atacou Lula e o PT em publicações no Facebook nas eleições de 2018 em campanha para Bolsonaro, é diferente da apresentada pelo deputado Paulo Guedes, que detalhou a ação do PM em seu depoimento.
Segundo o parlamentar, o atentado ocorreu por volta das 21h30, quando ele e mais três pessoas estava em um trio elétrico. O deputado diz que fazia discurso quando o PM passou dentro do carro, tirou o braço para fora e efetuou o disparo a cerca de 4 metros de distância de onde estava.
“Após o disparo, houve um tumulto generalizado, tendo o motorista acelerado o trio, segundo o veículo com a intenção de identificar o veículo”, que foi abordado pelo assessor parlamentar Antônio Romeu.
Guedes ainda narrou à polícia duas outras tentativas de intimidação com armas que havia acontecido durante a semana em sua campanha, antes dos disparos efetuados por Dhiego Souto.
A primeira no bairro de Morrinhos, onde um policial civil apontou a arma a um apoiador “ameaçando-o, que não aceitava o povo do Lula passar na rua determinando acabar com o evento”.
A segunda ameaça aconteceu no Bairro São Geraldo, na avenida Três Corações, quando um PM teria saído de casa e feito “gestos obscenos contra as mulheres, mostrando seus órgãos genitais e em seguida sacou a arma e efetuou 3 disparos para cima.