‘Foram empregados técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo’, diz a cúpula da Polícia Rodoviária Federal, de Sergipe, a respeito da morte por inalação de gás de Givaldo de Jesus Santos ao ser enfiado no porta-malas da viatura com uma grande quantidade de gás. Na concepção desta polícia deu muito certo. Givaldo está imobilizado para sempre, quanto aos instrumentos de menor potencial ofensivo…
Veja o que diz o jornalista René Ruschel sobre mais esta tragédia perpretada pelo autoritarismo:
“A Policia Rodoviária Federal do Sergipe prendeu nesta quarta-feira, 25, um cidadão no munícipio de Umbaúba, litoral sul do estado. Segundo o sobrinho que o acompanhava o tio sofria de transtorno mental, e ao ser abordado pela PFR trazia no bolso da calça uma cartela de remédio que provavelmente fazia uso. “Ele reagiu e quis saber o porquê tinham feito aquilo” contou.
As cenas seguintes mostram os policiais colocando-o à força na viatura. Como ainda reagia à detenção, os policiais fecharam a tampa traseira do camburão e, pasmem, injetaram uma grande quantidade de gás. Minutos depois, ao abrirem o compartimento, o cidadão estava imóvel. Levado às pressas para o hospital, chegou morto.
O pior é a nota oficial emitida pela PFR. Justifica a operação e a morte pelo fato do “homem resistir à abordagem (…). Em razão de sua agressividade, foram utilizadas técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial”.
Nada, absolutamente nada justifica essa ação. A truculência, a violência dos militares assusta o País.
Resta saber se estes também serão elogiados, cumprimentados e tratados pelo ex-capitão como “guerreiros”.”
Imagem: charge de Nando Motta