Tropa de Choque da PM agiu contra trabalhadores em meio às votações de projeto do governador Tarcísio de Freitas
Por Tatiane Correia, compartilhado de Jornal GGN
A Tropa de Choque da Polícia Militar de São Paulo (PMSP) atacou trabalhadores e manifestantes contrários à privatização da Sabesp nesta quarta-feira (06/12).
A votação do projeto estava prevista para iniciar às 17h30 na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), um projeto que há muito é criticado por movimentos sociais e de trabalhadores ligados à Sabesp.
Nesta terça-feira (05/12), o Sintaema, movimentos sociais e sindicatos parceiros ocuparam a galeria do plenário da Alesp durante o debate sobre o Projeto de Lei que autoriza a privatização da Sabesp.
“A privatização da Sabesp é um crime. Privatizar o saneamento é excluir a população do direito à água, que é um bem fundamental. No Brasil e no mundo são inúmeras as experiências de privatização do saneamento que fracassaram. O governador insiste mesmo a população sendo contra”, afirmou a direção do Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo), em nota divulgada nesta quarta-feira.
Contudo, a votação chegou a ser paralisada por conta da ação dos policiais contra os manifestantes e trabalhadores, deixando muita gente ferida – com os policiais atacando principalmente aqueles que estavam nas galerias da Alesp.
Veja abaixo vídeo recebido pelo Jornal GGN, onde policiais jogam gás de pimenta contra os manifestantes presentes na Alesp
Nas redes sociais, Adriano Diogo, Coordenador do Setorial Nacional de Direitos Humanos do PT, alertou que estudantes secundaristas e Vivian Mendes, da Unidade Popular (UP), foram presos na ALESP por participarem das manifestações contra a privatização da empresa de saneamento.
“O pau quebrou lá. Muita gente presa, muita gente machucada, muita gente detida”, disse Diogo, em vídeo publicado no Instagram. “Não estou fazendo isso para fazer um alarmismo – quero que todo mundo avise a situação gravíssima que está lá no plenário da Assembleia, cheio de polícia”.
Repúdio à ação da Polícia
Leia abaixo nota de repúdio divulgada pelo SASP (Sindicato dos Advogados e das Advogadas de São Paulo) contra as ações da Polícia Militar em repressão aos manifestantes contrários à privatização da Sabesp:
Governo Tarcisio: Privatização e repressão aos trabalhadores (as).
O governo de Tarcísio de Freitas, o forasteiro que foi abraçado pelo Grande Capital, sabia que iria ganhar com ampla maioria no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo, mas a sanha fascista do seu capataz, o Secretário de (in) Segurança pública, fala mais alto, tem que bater e humilhar os trabalhadores (as), os seus representantes sindicais e populares e os próprios deputados estaduais, se preciso fosse.
O uso da PM nas galerias e dentro da casa do povo é didático e simbólico, não há nada que eles não controlem e não reprimam, é para massacrar, desmoralizar os trabalhadores e trabalhadoras, criar um peça de campanha para criminalização dos movimentos sociais.
O Sindicato dos advogados e das Advogadas de São Paulo (SASP) repudia os atos de barbárie promovidos pela PM de SP, como também repudia as privatizações e entrega do patrimônio público, o corte de verbas para Educação e ainda se solidariza com os trabalhadores e trabalhadoras da Sabesp, do Metrô, da CPTM, da Educação, vítimas dessa prática fascista, de ataque ao direito de protesto e aos direitos humanos.
Não às privatizações, contra os cortes de verbas para Educação, pela liberdade de manifestação sem prisões, ameaças e violência policial.