Por Kiko Nogueira, Diário do Centro do Mundo –
De acordo com as autoridades dos EUA, a investigação remonta a 24 anos de irregularidades. Nesse período, a CBF, que está no centro do caso, operou com gás total. Onde estava a PF nesse tempo todo? Onde as detenções barulhentas, as operações com nomes criativos?
Segundo a Folha, houve 13 sindicâncias em 15 anos contra a CBF. Nenhuma jamais deu em nada. Uma reportagem do Lance de quatro anos atrás oferece alguns motivos.
Em 2009, a CBF foi a principal patrocinadora do IV Congresso Nacional da Associação de Delegados Federais, em Fortaleza. A confederação teria desembolsado 300 mil reais. Ricardo Teixeira, presidente à época, foi convidado a participar de um painel sobre a Copa de 2014.
O superintendente da PF na ocasião, responsável pela investigação contra Teixeira, era o amigo Valdir Lemos de Oliveira. Os delegados ainda disputaram um torneio na Granja Comary, onde a seleção treina, cedida por Teixeira.
Um ano depois, a CBF bancou uma viagem de um coral de policiais federais aposentados para a Argentina. Uma nota oficial assegurava que o investimento foi “pontual”: “O patrocínio da CBF ao coro de vozes, realizado em 2010 para o evento Cantapueblo, na Argentina, foi única e exclusivamente de caráter cultural”.
Se isso não é conflito de interesses, o que é?
Nos últimos meses, a Polícia Federal tornou-se objeto de devoção de debiloides fascistas revoltados on line por causa de sua suposta cruzada moralizadora. Ninguém acha estranho, por exemplo, que todos os envolvidos no caso Helicoca, inclusive os traficantes apanhados em flagrante, estejam livres, leves e soltos.
Gente como Teixeira, Marin, Del Nero, Hawilla et caterva vem dizimando o futebol brasileiro há décadas, impunemente, enquanto se locupleta. Vamos ver se um agente da nossa valorosa PF tem a coragem de praticar tiro ao alvo com uma foto de Loretta Lynch, como fizeram com Dilma.