Retiro, do JB, um resumo da entrevista dada ao Valor (restrita a assinantes) pelo economista Luiz Schymura, que não é, absolutamente, um “petista militante”, tanto que foi nomeado por Fernando Henrique Cardoso para a presidência da Anatel, em 2002, e antes atuara como consultor do governo, elaborando programas para a Agência Nacional de Petróleo e também o modelo de privatização de Furnas Centrais Elétricas.
Com a honestidade intelectual que deve marcar um estudioso da economia, ele diz, com todas as letras, que os problemas da economia brasileira e do gasto público não são “culpa da presidente Dilma Rousseff”porque a forte desaceleração da economia brasileira não foi provocada pela “nova matriz macroeconômica” adotada pelo governo. “Segundo ele, é resultado do processo de democratização do país e das reivindicações da sociedade por melhores serviços públicos. Para o diretor do Ibre, o gasto público é crescente porque existe uma demanda da sociedade por mais democracia e melhores serviços públicos”.
Depois vi que a entrevista, excelente, foi reproduzida da íntegra pelo Nassif, no GGN e recomendo fortemente sua leitura. É direta, honesta e, muito interessante, é modesta, ao reconhecer que a mera aplicação de “regras” econômicas não considera o papel de sensibilidade e de justiça que se espera de um governante.
Mas há um trecho que me deixou intrigado e deixará assim também quem está há tempos com um elefante atrás da orelha sobre o significado das “jornadas de junho” de 2013, saudadas e bajuladas por muita gente boa.
Eu também, Dr. Schymura, eu também…