Por que o engajamento das redes sociais de Lula é baixo?

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‘Somos superiores e não precisamos nos engajar?’

Por Arnóbio Rocha – Brasil 247, compartilhado de Construir Resistência




Ontem, 16 de março de 2025, um vídeo bem-humorado e leve, publicado nas redes sociais do Presidente Lula, como um resumo da sua intensa semana, traz o contato HUMANO, a interação com as pessoas reais, uma boa ligação entre a vida real e trazida para o mundo virtual, respeitando as duas esferas e com um acerto na comunicação.

O engajamento, 5 horas depois, tinha os seguintes números (no Instagram): 140 mil visualizações, 8,2 mil comentários e 6 mil compartilhamentos. É fato que melhorou muito, o engajamento é quase 4 vezes maior (na média) nos últimos 2 meses, com a nova Secom, o que é admirável o esforço e aponta para um melhor posicionamento, não apenas na mudança de comando (importante), mas pela mudança POLÍTICA, transformar em ação visível as conquistas destes 2 anos.

Não obstante, temos que enfrentar um debate: O que não é compreensível é o (não) engajamento militante. Somos tão bons que não precisamos acompanhar e interagir com as redes sociais entre nós, nem mesmo com as do Presidente Lula? O Presidente tem 13,3 milhões de seguidores no Instagram, apenas 1% respondeu ao vídeo, por quê?

O PT tem 3 milhões de filiados, uma massa crítica que compõe o governo e espaços de Poder, mas por que esse comportamento tão distante, indiferente? Educação política, arrogância, o Partido, a esquerda não empolgam?

Somos superiores e não precisamos nos engajar?

Qual a dificuldade de espelhar o comportamento da extrema-direita que faz do engajamento em redes sociais a regra fundamental? Depois somos obrigados a ouvir “somos analógicos”, o mesmo papo da época do Orkut, MSN, quase 20 anos a mesma desculpa?

É importante abrir seriamente a discussão POLÍTICA, aliás, deveria ser um dos temas centrais do PED (Processo de Eleição Direta) do PT, momento em que o partido todo é chamado para participar, renovar sua direção.

Deveria ser usado para entender e dialogar com a militância de como quebrar as resistências, de como ter uma proximidade e da necessidade da resposta ativa para o enfrentamento político na sociedade, que passa pelas redes sociais.

Por fim, uma dica fundamental: o Presidente Lula, quem administra sua rede, deveria seguir mais gente, isso também influencia (muito) no engajamento, nossa militância é politizada e não aceita ser apenas seguidor.

Arnóbio Rocha é advogado civilista, membro do Sindicato dos Advogados de SP, ex-vice-presidente da CDH da OAB-SP, autor do Blog arnobiorocha.com.br e do livro “Crise 2.0: A taxa de lucro reloaded”.

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