Por Washington Luiz de Araújo, jornalista –
Vamos bater um papinho sobre as eleições municipais na capital paulista. Pode ser?
Você, que está indignado com o que vê e ouve sobre o PT nos jornais, no rádio e na televisão e que, por isso, não quer votar nos candidatos desse partido e das coligações: você se lembra daquela velha frase que nossos avós diziam, que só se joga pau em goiabeira que dá goiaba? Pois é.
Em São Paulo, por exemplo, o Fernando Haddad fez um gestão voltada para a rua, que os paulistanos passaram a ver como uma extensão de sua casa.
Ele tentou, e conseguiu, em muitos aspectos, melhorar a vida das pessoas, sem olhar para classe social. E salvar vidas, com a redução da velocidade nas Marginais e principais avenidas. Entre na página de campanha do Haddad e veja o que ele fez pela sua cidade (http://haddadsp.com.br/).
Em certa época, na qual a chamada elite — 1% da população brasileira – ainda estava transtornada com a ascensão social do povão, pessoas da classe média, que se consideravam fazer parte de ínfimo número que abocanha a maior parte da economia, diziam: “não voto no partido, voto na pessoa”. Era uma saída para não votar nos partidos de esquerda e escolher nomes daqueles que só estão preocupados com esse 1%, nunca com as pessoas.
Bom, agora virou moda alguns desses que se acham integrantes do 1% dizerem: “Ah, não, no PT não voto”.
Então tá bom. Você quer votar na Marta que traiu o PT, indo para o PMDB do Temer e do Cunha, votando até pelo golpe contra um governo do qual ela participou até outro dia? Marta, que agora tem como vice o Andrea Matarazzo, que até outro dia era o pré-candidato tucano? Marta, que até o filho Supla chama de golpista? Marta, que o que tem para mostrar sobre o passado de prefeita ela conseguiu graças às políticas públicas do PT que ela agora trai?
Ou você quer votar no João Dória Júnior, mal visto até entre os tucanos? João Dória, que fez de um terreno público na bela e aprazível para poucos Campos do Jordão um puxadinho? Dória, que pegou vinho emprestado de um amigo empresário para se exibir com sua adega na casa de mais três mil metros quadrados construídos, e não pagou?
Ah, você está em dúvida se vota no Celso Russomano? O Russomano, aquele que abriu um restaurante para “gente de bem” em Brasília, nunca pagou o aluguel, ficou devendo 17 meses e ainda se endividou com os trabalhadores do estabelecimento?
Esse mesmo Russomano se notabilizou pela seguinte frase: “Estando bom para ambas as partes…”. Dizia isso quando supostamente resolvia uma rusga comercial, tema de seu programa de economia popular. Depois, descobriu-se que Russomano seria um belo mau exemplo para o seu programa. Mau exemplo daquele que não paga as dívidas, mesmo tendo como fazê-lo. E ainda usa de grosseria para achincalhar, humilhar uma moça que trabalha num caixa de supermercado, em vez de chamar o gerente e colocar suas críticas, como se vê em vídeo no Facebook.
Bom, é isso. . Não sei como você vai votar no próximo domingo, 2 de outubro.
Nós já sabemos: Fernando Haddad, 13.
Pelo bem de São Paulo.