Por Maiara Muraro, Emes de Mulher, Bem Blogado –
O quão grande é seu desejo em ser mãe, o quão influenciado ele é por uma projeção externa de socialização e necessidade de adequar-se?
A maternidade compulsória traz a ideia de que toda mulher só será feliz ou completa com um filho. Mas e se simplesmente ela não quiser ter?
Se o desejo de vida for viajar o mundo; dedicar ao trabalho, as causas próprias, se relacionar com outras pessoas e ver a vida da sua forma mais pessoal? Nós aceitamos essa mulher da mesma forma?
Ela será julgada? Será malvista e cobrada? Será taxada de egoísta ou imatura? Falarão que não gosta de crianças?
Ou será, que ela ouvirá que está perdendo o melhor da vida, que viverá a solidão e que lá na frente, quando mais velha, se arrependerá da escolha.
A sociedade atrela , desde sempre, o papel de cuidadora e reprodutora à mulher. Quando a menina nasce um dos seus principais brinquedos é uma boneca, quando passa a cuidar como se fosse sua “filhinha”.
Essa mesma menina cresce e vê que a princesa é feliz quando se casa com o príncipe. Em desenhos e novelas, o final feliz é vinculado ao casamento e posterior gestação.
E, por tudo isso, a maternidade compulsória dita a culpabilidade às mulheres que optam por não serem mães.
Ora, se os homens nascem feitos e completos, porque uma mulher tem de se tornar mãe para alcançar o mesmo?
Eu não tenho nada contra a maternidade. Eu amo e admiro ela, inclusive. Mas eu só queria que vocês parassem de culpar a mulher que não quer fazer parte disso. Ela tem o direito de não ser mãe. Ela tem o direito de escolher ser quem ela quiser e não é você – nem homem e nem mulher – que deve ditar a ela o que ela tem que ser.
Porque em nossa sociedade mulheres não escolhem ser mães, isso lhe é imposto. O que é de fato facultativo por aqui, é a paternidade.