“Escuta, fala com o velho aí que o quarto andar tá fechado, daquele jeito que ele falou, que ele aprovou. Sessenta parcelas de quatro mil [reais], valor final 150 mil. (sic)”.
A fala acima foi retirada de um diálogo entre integrantes da milícia conhecida como Escritório do Crime e refere-se à venda de um apartamento construído de maneira ilegal na comunidade de Muzema, na zona oeste do Rio, onde dois prédios desabaram hoje. O Corpo de Bombeiros confirmou a morte de duas pessoas, além de um número não conhecido de pessoas desaparecidas e feridas.
As informações constam na denúncia da Operação Os Intocáveis, deflagrada em janeiro pelo MP (Ministério Público). Para os promotores, líderes da milícia atuam como “sócios investidores”, aplicando dinheiro obtido em atividades ilícitas nos empreendimentos imobiliários irregulares das comunidades de Muzema, Rio das Pedras e seus arredores.
Os dois prédios que caíram eram construções irregulares e que estavam em uma área “dominada por milícia” , de acordo com a Prefeitura do Rio. Por isso, a administração municipal disse que só conseguiu chegar ao local em novembro de 2018 com apoio da Polícia Militar. As obras foram interditadas na ocasião.
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