Vindos do mercado financeiro, Eduardo Moreira e Pacífico apoiam bandeiras como a do MST usando táticas da Faria Lima; já os executivos Jorge Hoelzel Neto e Lourenço Bustani mostram na prática que gerar impacto social e ter propósito é tão importante quanto o lucro, ou mais
Por Bruno Capelas, compartilhado de Lifestyle da Revista GQ
“Ninguém na Faria Lima sabe o que é o MST de verdade.” A frase não saiu de nenhum centro acadêmico nem de um assentamento do Movimento dos Sem Terra. Foi dita em um escritório de paredes coloridas com escorregador em um dos metros quadrados mais caros de São Paulo, na Vila Olímpia, a poucas quadras da avenida que virou sinônimo da elite econômica brasileira. Seu autor é o empresário paulistano João Paulo Pacífico, de 45 anos, estranho no ninho naquele pedaço.
Em vez de seguir o visual moldado pelos coletes almofadados, típicos da região, ele cultiva um rabo de cavalo e não raro trabalha de bermuda na sede de seu Grupo Gaia, focado em investimentos. “É muito mais legal visitar um assentamento do que sentar em um bar com os caras de coletinho. Eles até podem parecer bonitinhos no Instagram, mas têm uma vida vazia”, alfineta Pacífico.