Este ano de 2015 vai ficar para sempre na história do Brasil. O ano em que os fascistas transformaram a camisa da seleção brasileira de futebol em estandarte nazista. O ano em que tentaram dar um golpe de estado, estabelecer uma nova ditadura militar, matar todos os que eles consideram comunistas ou bolivarianos, exterminar os homossexuais, transformar a Justiça em tribunal sumário, implantar leis regidas por princípios religiosos extremistas, assegurar que a liberdade de expressão seja a voz única deles e, por fim, colocar no poder os corruptos que mais roubaram o Brasil no último século.
O curioso é que eles saem às ruas, manifestam claramente sua violência, sua intolerância, e clamam pelos militares saírem dos fortes com seus tanques e metralhadoras e botar ordem na casa. Aí, quando um sindicalista diz que todos temos que sair também às ruas, mesmo que de armas na mão, para defender a democracia, ele é o cara a ser processado. É acusado de incitar a violência. Provavelmente será o primeiro a ser julgado pela nova lei antiterrorismo do Cunha.
E a violência dos fascistas, que ao pedirem a volta dos militares devem estar desejosos de ver de novo o país mergulhado na censura, na repressão, nos assassinatos políticos, na tortura, no desaparecimento de presos. Isto não é incitamento à violência?
As cenas que vi no vídeo produzido por um jornalista chileno nas manifestações de ontem em Copacabana chocam. Ultrapassam em muito a maluquice. É doença. O país está enfermo. Vi no blog O Cafezinho. O link é este:http://www.ocafezinho.com/
A esquerda mais uma vez está na defensiva. Os nazifascistas não têm limite. Agora, chamam o jornal O Globo de traidor porque este não apóia mais o golpe do impeachment. Será que eles vão atacar as agências do Bradesco porque o presidente do banco não quer golpe algum? Será que vão chamar o New York Times de jornaleco comunista vendido por ter explicitado que um dos legados da presidenta Dilma Roussef é o de não ter interferido em qualquer investigação feita pela justiça sobre as denúncias de corrupção?
O compromisso da esquerda vai além de defender a democracia (o que já é uma super tarefa, reconheço). É preciso botar os fascistas no seu mesquinho lugar. Mostrar que por detrás de tanta sanha verbal, está o veneno da intolerância às diferenças, está o ódio às pessoas mais pobres só porque estas começam a freqüentar e desfrutar do que a classe média sacralizou como de sua propriedade exclusiva – férias, shoppings, restaurantes e aeroportos.
O dever da esquerda é botar os fascistas em seu minúsculo e insignificante lugar. Fazê-los adormecer por séculos. Acabar com a abissal desigualdade social no nosso país. Não deixar que a serpente cresça em nosso quintal. Preservar os poucos direitos conquistados neste novo período democrático. Olhar para nossos filhos e netos e nos orgulharmos de que cumprimos com nosso dever de cidadania. Ter a consciência tranqüila de que estivemos do lado certo.
Os fascistas agridem quem passa na rua com uma simples camisa vermelha. Em 1968 Vladimir Palmeira alertava que a ditadura atacaria com mais violência. Ele dizia: “E ai de nós se não estivermos preparados”. Será que agora estamos?