Programa da Globo revela suposto esquema de compra de votos por meio do Auxílio Brasil em cidade do Mato Grosso do Sul. Barcellos e equipe foram ameaçados durante a reportagem.
Por Plinio Teodoro, compartilhado da Revista Fórum
Na foto: Caco Barcellos e o prefeito de Coronel Sapucaia, Rudi Paetzold.Créditos: Reprodução/Twitter
O jornalista Caco Barcellos e a equipe do programa Profissão Repórter, da TV Globo, revelaram na noite desta terça-feira (1º) que a eleição de Lula (PT) para a Presidência no último domingo (30) foi um milagre em meio ao esquema de corrupção eleitoral montado por Jair Bolsonaro (PL) e apoiadores para compra de votos na reta final da campanha.
A equipe de jornalistas acompanhou a movimentação em regiões onde Lula e Bolsonaro tiveram mais votos na semana anterior à votação.
Barcellos foi pessoalmente a Coronel Sapucaia, na fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai, onde presenciou uma reunião promovida pela prefeitura local, comanda pelo medebista Rudi Paetzold, em que seriam pagos R$ 50 a beneficiários do Auxílio Brasil, que deixavam nome e eram coagidos a votarem em Bolsonaro.
Uma mulher identificada como “secretaria” da prefeitura confirma a Barcellos que a reunião é sobre “Bolsa Brasil” – confundindo os nomes de Bolsa Família e Auxílio Brasil – e “Mais Social” pois precisa “mandar a lista para o MDS”, em referência ao Ministério do Desenvolvimento Social, antiga nomenclatura da Secretaria Especial de Desenvolvimento Social, atrelada atualmente ao Ministério da Cidadania, comandado por Ronaldo Vieira Bento, que foi colocado no lugar de João Roma (PL-BA), que deixou o posto para ser o candidato de Bolsonaro ao governo da Bahia.
O vídeo mostra ainda que Barcellos recebeu um telefonema com ameaças, sugerindo que ele “terminasse sua pauta o quanto antes”. “É seu trabalho por sua conta e risco”.