Projeto Imprensa Jovem está prestes a virar Política Pública inserindo os estudantes da capital paulista nas boas práticas da educação midiática

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Quando a pedagogia é horizontalizada, o caminho da educação midiática e informacional é inclusiva, transformadora e emancipadora.

Por Adriana do Amaral, compartilhado de seu Blog




Foi assim que, há 18 anos, a sugestão de um estudante do ensino fundamental se tornou uma prática anti-hegemônica de comunicação comunitária.

A experiência começou pelas “ondas do rádio”, e hoje está em todas as plataformas digitais, além da #RevistaImprensaJovem.

Na sexta-feira, dia 8, a maioridade do #ImprensaJovem foi celebrada durante seção oficial da Câmara Municipal de São Paulo, quando o vereador Eliseu Gabriel (PSB)  anunciou que um Projeto de Lei institucionalizando o Imprensa Jovem, caso aprovado, incluirá todas as escolas da rede municipal de ensino da capital paulista nas boas práticas da educação voltada para a educação midiática e a luta contra a desinformação.

Para o parlamentar, que apoia o Imprensa Jovem desde o seu início, a lei será importante  para garantir que a prática educacional esteja imune das mudanças políticas partidárias na gestão municipal.

“O Imprensa Jovem estabelece vínculos entre a escola e a comunidade”, ponderou, adiantando que a partir de 2023 acontecerá a Semana Anual Imprensa Jovem, durante a segunda semana de junho.

Durante a cerimônia, uma das referências da Educomunicação no Brasil, o Prof. Dr. Ismar de Oliveira, presidente  da ABPEducom, foi taxativo ao afirmar que o Imprensa Jovem resgata “a comunicação praticada na comunidade” e os “ares benéficos das práticas comunicativas”.

O protagonismo dos estudantes

Ao longo de 18 anos de história, aproximadamente 100 mil alunos da rede municipal de ensino integraram as diversas expressões, seja como autores das matérias ou interlocutores do Imprensa Jovem e #AgênciadeNotíciasnaEscola.

As ações são horizontalizadas, tendo os alunos como agentes comunitários, inserindo as escolas, bairros e demandas comuns nas plataformas utilizadas. sobre mediação dos professores, numa ação reconhecida pela #Unesco, através do Prêmio Aliança Global de Mídia e Informação;

E a galerinha manda muito bem!,

As pautas são discutidas em sala de aula e cada aluno contribui da maneira como quer. 

Além da atualidade do conteúdo, que vai da rotina adolescente às expressões culturais e artísticas, as reportagens desvelam o ambiente físico e emocional em que os alunos estão inseridos, da vida nas periferias, da diversidade na sala de aula aos dramas, aos desafios geracionais.

Construção coletiva

O Projeto Imprensa Jovem é encabeçado pelo professor coordenador do Núcleo de Educomunicação na Secretaria Municipal de Ensino-SP, Carlos Lima, que firmou parcerias diversas, entre elas com/ a Universidade Metodista de São Paulo, num projeto de Extensão Universitária coordenado pela Coordenadora do Programa de Pós-Graduação, Prof. Dra Camila Escudero.

Ao longo de 2023, o programa , em suas várias vertentes criativas, inseriu 385 Emefs – Escolas Municipais de Educação Fundamental – e seus sete mil alunos, das crianças de cinco a adolescentes.

Validando o que ensinou o Patrono da Educação Brasileira, #PauloFreire, estudantes que vivenciam  ou vivenciaram a a experiência de ser um “camiseta laranja” (a cor do Imprensa Jovem) relataram:

“Na defesa da fala ganhamos voz”;

“Somos produtores e consumidores de informação”;

“Jovens que vieram de lugares como eu vim tomamos posse desse lugar (a Câmara Municipal) com o nosso pensamento crítico”;

“Uma educação de qualidade salva o mundo.”

A Revista Imprensa Jovem

Como estudante de pós-graduação, tive o privilégio de participar de cinco das seis edições da Revista Imprensa Jovem e testemunhar como o jovem periférico está engajado nas próprias lutas e na busca da própria construção cidadã.

Saliento que as escolas municipais de São Paulo são geridas por leis que garantem a inclusão étnica, racial, de gênero e identidade.

O meu papel, apesar de ser jornalista profissional, é ser facilitadora.

Aprendo mais do que ensino.

O que mais me encanta no processo, do primeiro contato com as professoras responsáveis à reunião com os alunos ao folhear da revista digital. é a autonomia e o engajamento.

Eles discutem a pauta e dividem as tarefas, partilhando as competências: pesquisam, entrevistam, fotografam, desenham, editam, expressam-se coletivamente.

As reportagens revelam os sonhos e as angústias dos estudantes: uma busca pela justiça social, pela inclusão tecnológica, a libertação através da arte, o direito de existir, ser, fazer, ter.

É libertador.

Saiba mais em:

https://comunicanossagente.wordpress.com/

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