Diversas agências se manifestaram, nesta terça-feira (20), contra o projeto de lei 504/20 sobre temática LGBTQIA+. De autoria da deputada estadual Marta Costa, o PL quer proibir “através de qualquer veículo de comunicação e mídia de material que contenha alusão a preferências sexuais e movimentos sobre diversidade sexual relacionados a crianças no Estado de São Paulo”. A #PropagandaPelaDiversidade começou com um post da Wieden+Kennedy São Paulo e ganhou força durante o dia.




De acordo com fontes do PROPMARK, quando soube do PL 504/20, a agência produziu e publicou o post com a hashtag e marcou algumas agências. A ideia era que todas as agências entrassem no movimento.

E deu certo.

A Ogilvy enfatizou o seu papel de promover e defender as liberdades individuais e a pluralidade. “Não compactuamos com o retrocesso de quem tenta impor um cenário retrógrado que nunca deveria ter existido”, escreveu. Além disso, a agência fez um comunicado interno para reforçar o compromisso com os colaboradores.

Já a Leo Burnett ressaltou o esforço para se construir um mercado mais justo. “Demos um passo por vez e estamos construindo um mercado mais justo, igualitário e representativo. Agora, querem que a gente de um passo para trás. A @leoburnett_tailormade se posiciona contra o PL 504/2020 que proíbe pessoas LGBTQIAP+ e casais homoafetivos em publicidades em qualquer meio. E reforçamos nosso propósito de promover a cidadania para pessoas que cultivam todos os tipos de amor em nossas campanhas.”

A Publicis foi mais direta no seu post: “Se a diversidade incomoda, é isso mesmo que queremos.”

Lew’Lara\TBWA escreveu: “Somos todos iguais. Somos todos contra a censura.”

“Além do óbvio absurdo que existe por trás de um projeto que incentiva e dissemina a LGBTQIA+fobia, é uma violência profunda à liberdade e a tudo que prezamos”, escreveu a Africa, que fez uma projeção em São Paulo.

Em seu texto, a DPZ&T lembra “regredir não é uma opção”: “O mundo demorou tempo demais para entender que evoluir é um caminho sem volta.”

Em seu post, a WMcCann destacou o respeito.

O projeto de lei 504/2020 estava previsto para ser votado na tarde desta terça-feira (20), mas foi adiado por falta de quórum, como informou a assessoria de imprensa da Alesp. A pauta, portanto, deverá ser votada em sessão na próxima quinta-feira (22).

Mais cedo, a Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade) divulgou uma nota de repúdio ao PL 504/20, e afirmou que o projeto é inconstitucional, uma vez que a Constituição Federal “estabelece a exclusividade da União em legislar sobre publicidade comercial, como veda qualquer afronta à inviolabilidade do direito à liberdade, à igualdade e à censura de natureza ideológica e social”, informou a nota, assinada por Mario D’Andrea, presidente da Abap – clique aqui e leia o comunicado da entidade na íntegra.

Veja abaixo a manifestação de mais agências e players do mercado.