Por Simão Zygband, compartilhado do site Construir Resistência –
A novidade da política atual é o fortalecimento do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Recentemente ganhou a adesão do deputado Marcelo Freixo do PSOL do Rio de Janeiro e do governador do Maranhão Flávio Dino, do PCdoB. Ao que parece, ambos não se sentiam confortáveis em seus respectivos partidos e preferiram migrar para legenda socialista.
O PSB governa atualmente o estado de Pernambuco com Paulo Câmara, o Espírito Santo, com Renato Casagrande e a Paraíba, com João Azevedo. Com a chegada de Dino, fortalece suas bases em território nacional e deverá ser importante partido para derrotar o governo fascista de Jair Bolsonaro.
A tendência é que o PSB esteja alinhado com a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e comporá a frente de partidos de esquerda que se unirá para tentar colocar fim no governo genocida.
Freixo se sentia incomodado no PSOL por que parte do partido ainda mantém um discurso antipetista e resiste em compor a frente para a reeleição de Lula. O deputado esteve reunido na semana passada com o ex-presidente e é dado como certo o apoio dele à sua candidatura a governador do Rio de Janeiro, agora fortalecida, por que não encontrará empecilhos para ampliar as alianças mais ao centro, fato que seria inviável com sua permanência no PSOL.
Flávio Dino também preferiu migrar ao PSB, fortalecendo ainda mais a legenda no Nordeste, mantendo o apoio que já conferia ao ex-presidente Lula, mas com maior estrutura para concorrer ao Senado em 2022. Nunca é demais lembrar que o PSB é a sigla do ex-governador pernambucano Miguel Araes, expoente da esquerda no combate à ditadura militar.
A cúpula do PSB não descarta realizar uma coligação com o PT (com quem já compôs ministérios no governo Lula), mas também encontra resistências internas em estados como São Paulo e Minas Gerais – e até mesmo em Pernambuco, que ainda apostam na possibilidade da construção de uma terceira via presidencial.
Ainda se discute uma possível fusão do PSB com o PCdoB, cujas conversas foram paralisadas antes das eleições municipais do ano passado. Entre os socialistas não se cogita a mudanças de nome ou uma alteração significativa de estatuto, com a criação de um novo partido. Discute-se a possibilidade de incorporar o PCdoB. O movimento permitiria a nomes do PCdoB que planejam disputar cargos majoritários em 2022, como o próprio Dino e a ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), maior estrutura e recursos nos seus estados.