O Partido dos Trabalhadores (PT) repudiou hoje as ameaças do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes por sua ação firme contra os golpistas.
Por Simão Zygband, compartilhado de seu Blog

Do Prensa Latina
Rubio confirmou na quarta-feira em uma audiência na Câmara dos Representantes dos EUA que sanções contra De Moraes estavam “sob consideração” e eram uma “forte possibilidade”.
O motivo é a ação do juiz contra plataformas digitais, que o governo Donald Trump considera um atentado à liberdade de expressão.
A proibição de sua entrada nos Estados Unidos e o confisco de quaisquer bens em cidades americanas estariam na lista de medidas.
Essa questão passou a fazer parte das considerações do governo brasileiro, que entende que qualquer possível ação de Washington deve ser vista no contexto de um ataque à soberania, e não apenas de um ato individual contra um compatriota.
“O Brasil é uma nação soberana que pauta suas relações exteriores nos princípios da não intervenção, da autodeterminação dos povos e da igualdade entre os Estados”, afirma nota do PT na Câmara dos Deputados, assinada por seu líder, Lindbergh Farias.
Reafirma seu “repúdio a qualquer tentativa de interferência externa nos assuntos internos do país, especialmente quando se trata de decisões judiciais que visem proteger o Estado Democrático de Direito”.
Parlamentares do PT destacam que defendem a independência e a harmonia entre os poderes, bem como a soberania das instituições brasileiras.
Eles insistem em rejeitar “a tentativa do governo dos Estados Unidos de politizar decisões judiciais, atentando contra a soberania brasileira e o STF (Supremo Tribunal Federal) por suas ações contra os golpistas”, liderados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
O texto reconhece que o Supremo Tribunal Federal, “sob a tutela de Moraes, está adiantando o julgamento dos responsáveis pelo plano golpista antidemocrático que culminou, em 8 de janeiro de 2023, em atentados terroristas à sede dos Três Poderes”.
A data será lembrada como uma tentativa brutal de destruir a democracia no Brasil, enfatiza o conteúdo.
“Não toleraremos qualquer forma de subserviência ou interferência estrangeira em nosso sistema jurídico. Nosso compromisso é com um país justo, democrático e soberano, no qual o povo decida seu destino sem interferência externa”, conclui a mensagem.
O jornalista Jamil Chade, colunista do site UOL, acredita que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tratará qualquer potencial sanção contra Moraes como “interferência externa” nos assuntos internos do Brasil e um ataque à soberania do país, e não apenas como um ato contra um juiz.