Por Joaquim de Carvalho, jornalista –
Nas voltas que o mundo dá, Sergio Moro quer que o STF retire do ministro Ricardo Lewandowski a competência para decidir sobre as mensagens da Operação Spoofing.
Essas conversam revelam o conluio entre Sergio Moro e procuradores da Lava Jato para perseguir Lula e violar a democracia, o que jogou o país no abismo onde emergiu Bolsonaro.
O argumento central é o mesmo que a defesa de Lula apresentou durante anos, sem que o STF tenha ainda decidido a questão: o juízo natural.
No caso da defesa de Lula, não há dúvida: Moro não tinha competência para processar o ex-presidente, já que os casos do Triplex e da Lava Jato não têm nenhuma relação com a Petrobras.
No caso das mensagens da Operação Spoofing, a competência de Lewandowski é clara como a luz do Sol.
Lewandowski é relator da ação que obrigou a 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba a liberar o acesso da defesa de Lula às supostas provas relacionadas à Odebrecht que a Lava Jato tentou esconder, para dificultar o recursos à condenação do ex-presidente.
As mensagens hackeadas confirmam que a Lava Jato, incluindo aí a 13ª Vara, fez qualquer coisa relacionada a Lula menos respeitar a lei.
Moro quer que o caso das mensagens fiquem sob relatoria do ministro sobre quem Deltan Dallagnol disse: “Ahá, uhu, o Fachin é nosso.”
Um escândalo.
Essa gente só entra em campo quando o juiz é deles.
E ainda tem a cara de pau de dizer no STF que, no caso da Operação Spoofing, houve usurpação de competência.
Quem assina a ação é a notória Rosângela Moro, aquela que foi sócia de Carlos Zucolotto Júnior, acusado por Rodrigo Tacla Durán de extorquir dinheiro para conseguir facilidades na Vara do compadre.
É formação de quadrilha ou bando que se chama o crime em que três ou mais pessoas se unem para cometer crimes.
E a Justiça — não a da conexão Araucária, paranaense ou curitibana, mas a Justiça de verdade — vai deixar por isso mesmo?