Por Adriana do Amaral, jornalista
Há cerca de duas semanas fiquei sabendo do fechamento de mais um programa de pós-graduação no Brasil. Como ainda não era oficial, preferi esperar para me pronunciar.
Mas, na sexta (16), a Compós -Comissão Nacional de Programas de Pós-Graduação em Comunicação- adiantou-se e publicou uma nota a respeito e o anúncio deve ser divulgado pela Fundação Casper Líbero na próxima semana. Decidi, então, comentar a tragédia anunciada.
Trata-se de uma tradicional escola de comunicação brasileira, sediada na Avenida Paulista, protagonista da principal corrida de rua brasileira: a São Silvestre, que também já não é a mesma.
A Fundação encerrou, em 2001, a publicação do Jornal A Gazeta Esportiva, priorizando a informação digital. Além disso, o programa (grade/currículo) da faculdade deve sofrer alterações.
Como é uma instituição privada, não trata-se de questões de fomento, mas de lógica do mercado, estratégica. O problema é como as decisões foram tomadas prejudicando o corpo docente, com demissões, e os pós-graduandos, que investiram emocional e financeiramente na formação científica.
Quando um veículo ou um curso de comunicação é descontinuado todos perdem. As ciências da comunicação é considerada uma área nova do saber, comparada às demais, mas cada dia prioritária.
Para mim, o maior ruído, nesse caso, é a interrupção do pensamento que gera massa crítica no combate à desinformação, e também, na análise da informação. Perdemos direitos quando a geração informacional morre.
As faculdades têm investido nas mídias digitais, o que não é ruim. O problema é que estão formando conteudistas imediatistas, sem pauta e conteúdo.
Se a comunicação é um Direito Humano universal fundamental, é preciso ter mais critério, responsabilidade e investimento nas escolas de Comunicação. Afinal, a comunicação liberta!