Quando o arbítrio chega em Copacabana

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Publicado em Jornal GGN – 

O BipBip, em Copacabana, no Rio de Janeiro, é um boteco de resistência musical. Capitaneado por Alfredinho oferece espaço para boa música, o samba bom, o chega-junto das notas musicais. A bebida é cerveja, e é o que tem na geladeira. A comida só tem se aparecer um queijo ou um salame. Não tem pretensão, a não ser a música. Quem está querendo badalação, não o procura. Mas quem procura incitar a confusão pode muito bem o procurar.

O caso se deu nesta madrugada. O bar com a música rolando e acontece uma homenagem por Marielle Franco, vereadora do PSol assassinada juntamente com seu motorista Anderson Pedro. Um policial rodoviário ali estava e resolveu implicar com a homenagem. Foi rebatido por Alfredinho, que tem 74 anos.
Daí o arbítrio baixou no pedaço. O policial rodoviário saiu, voltou armado e trouxe a cavalaria…da Polícia Rodoviária Federal. A PRF, fora das estradas, levou Alfredinho para a delegacia: virou agressor, passou para testemunha de algo que não presenciou, ou seja, a suposta agressão sofrida pelo policial de folga.
Leia o relato a seguir, tirado do Facebook de Wadih Damous.
Alfredinho do Bar Bipbip foi “conduzido” para a delegacia por conta de uma confusão criada por um Policial Rodoviário Federal de folga, que criticou homenagem à Marielle Franco ocorrida durante o samba que acontecia no local.
O agente da PRF depois de sair do bar, voltou armado e ameaçando as pessoas, alegando que foi empurrado ao sair por alguém que ele não sabe quem. A PM foi chamada, uma tenente tentou mediar a situação com o policial rodoviário, que foi intransigente e aos gritos disse que queria “conduzir” o Alfredinho para a delegacia. Foi chamado um carro da Policia Rodoviária Federal com 4 policiais da PRF armados com fuzis, para acompanhar uma briga de bar de um colega deles de folga, fugindo totalmente da sua função institucional.

Por mais de três horas, na madrugada desta segunda-feira, tivemos um senhor de 74 anos, um dos donos de bar mais conhecido do Rio de Janeiro, detido sem ser acusado de nada.




O Alfredinho foi liberado. O delegado não quis receber o Rodrigo Mondego, advogado do mandato do Wadih que acompanhou a situação, na condição de advogado e apenas colocou o agente da PRF como vítima de lesão corporal e o Alfredinho como testemunha (de algo que ele não viu).

Sim, é isso, o Alfredinho foi arbitrariamente conduzido para a delegacia para ser testemunha de algo que ele não viu. Esse, a priori, é o entendimento dos órgãos de Estado do RJ.

Se a gente vivesse em um Estado de Direitos, o dono do BipBip teria sido vítima de crime de ameaça e abuso de autoridade.

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