Por Carlos Eduardo Alves, jornalista, no Facebook
As crianças estão no computador ou perto do celular? Então, por favor, mantenha a turminha afastada e só volte depois disso. Já estão longe, né? Então dá para dizer que vivi o suficiente para ler o “arjumento” mais ESCROTO que alguém que se diz de esquerda pode utilizar para justificar a inconveniência do voto na chapa Haddad-Manu: uma vitória dos indicados por Lula seria sinônimo de golpe militar.
Sim, isso mesmo. Os propagadores, que na prática capitulam docilmente diante das ameaças da farda, se dividem em duas categoriais: os mal-intencionados ideologicamente ou os simplesmente tão ingênuos que adentraram com as quatro patas ao campo da burrice.
É de uma imensa tristeza assistir à degradação moral de um setor que se julga com lugar cativo no campo progressista. Não, o “arjumento” do medo é da escola Regina Duarte com sua patetice.
É a rendição mais primária e desrespeitosa até com a memória de tantos que morreram combatendo a ditadura militar para que o Brasil voltasse a ter eleição. É desonestidade que, no fundo, recusa a soberania popular.
Se sua Excelência, o povo, eleger Haddad, cabe aos democratas defender a soberania da urna. Fora isso, é canalhice terrorista da pior direita. Uma variante mais light, mas tão desonesta intelectualmente para quem se reivindica do campo popular, é a adoção do discurso direitista sobre a necessidade do “fim da divisão” política no Brasil.
É negar o caráter de classe da Política, embalar a manutenção do status quo miserável que nega desde sempre a cidadania mínima à maioria de sua população. É o discurso de Alckmin, Meirelles, Amoedo. Não é do campo das esquerdas. É intelectualmente abjeto apenas.
O adversário está do outro lado do rio, mas se quiserem eleger Haddad-Manu como alvo enquanto o fascismo rumina à porta, o façam com honestidade. Com Lula, Haddad e Manu!