Fui conferir o documentário A Noite que Mudou o Pop, confesso, por pura nostalgia.
Por Adriana do Amaral, compartilhado de seu Blog
Lembro-me muito bem de acompanhar o lançamento do videoclip (sim, era assim chamados) e ir me acostumando com aqueles rostos e vozes, com legendas informando os nomes dos cantores: uns mais conhecidos que os outros.
Mais de 40 superstars.
A memória me traz, ainda, a lembrança do casal de tios, Ivone e Aníbal, que compraram o compacto e ouviam a música todas as noites no alto de um edifício na esquina entre as avenidas Faria Lima e Cidade Jardim, na capital paulista, onde moravam. Por motivos de doença de outra tia, Ivete, passei uma breve temporada na bicama do apartamento deles, para fazer companhia àquela que sucumbiu ao câncer pouco depois,.
Não comprei o disco: queria tê-lo feito.
Com toda certeza o meu pai doou algum dinheiro para a campanha que visava combater a fome na África: ele adorava fazê-lo e eu, hoje, sigo a tradição.
Doo para todos, menos, confesso, para o Teletom e o Criança Esperança. Mas já doei, no passado…
É claro, apaixonei-me pelo galã made USA, #BruceSprintseen;
Jamais poderia imaginar a saga que foi tirar a voz de #BobDylan da garganta – ou teria sido do coração?, que o documentário revela…
Pude ver os dois de pertinho, em São Paulo, num outro show de arrecadação de fundos: bem no gargarejo, trabalhando como repórter aquela noite… Do meu lado estava #MaurícioKubrusly, que tanto me ensinou sobre música, mas eu não tive coragem de pedir um autógrafo.
“Get up, stand up” o coro de vozes no palco e eu dançando no gramado.
Sempre fui fã da Motown,
Meu Deus, que voz da Dione!
Que espetáculo de pessoa o Steve maravilhoso Wonder.
Mas, o cara, sem dúvida, foi o eterno menino Jackson. Por que você tinha de morrer? Como você faz falta neste mundo!
Lionel ,o rei de tudo aquilo, ao lado do maestro:
Yes, you can “Mr. Jones”.
Não daria para comentar sobre todos, daria um livro.
O documentário mostra os bastidores, o enredo, as coincidências, sobretudo o talento.
Principalmente, como o mundo era diferente há tão pouco tempo…
Black and white unidos, forever, na canção.
Não chorei.
Cantei.
Rememorei.
Emocionei-me.
Descobri que o projeto continua…
E a fome, desde então, aumenta,
e aumenta,
e faz sofrer e
mata.
Talvez, a fome seja o pior dos cenários, pois ela está associada ao descaso, exploração, lucro, comércio, guerra, à ganância, abandono…
Parece que o mundo se acostumou a ela, que também é consequência de horrores maiores como a escravidão e todas as formas abusivas, que persiste.
A fome é o retrato do descaso. Bendito seja #Betinho, o irmão do #Henfil!
Terminado o documentário, que vi até cessar os créditos, ficamos refletindo, aqui em casa;
Trata-se de um produto, entretenimento.
Por isso, nos perguntamos:
Quanto a #Netflix irá doar para o combate à fome?
Será que vai doar?
Como entendeu #HarryBelafonte, no final, todo o trabalho foi realizado de forma voluntária.
Os valores corrigidos para os dias de hoje contabilizam US$160 milhões.
A Netflix poderia doar uma mensalidade de cada assinante que assiste o documentário.
Melhor ainda, doar todo o lucro.
Boralá repartir o bolo do lucro?
Para rever o videoclip: