Por Moisés Mendes, publicado por Diario do Centro do Mundo –
Queiroz, o sumido, ajudou a derrubar o delegado Ricardo Saadi da superintendência da Polícia Federal no Rio. O delegado não participa das investigações sobre os milicianos, mas Bolsonaro desconfiava que o policial ajudava informalmente os colegas envolvidos com as sindicâncias. É o que informa a Folha.
Durante a campanha das eleições de 2014, um grupo de delegados, liderado pelo chefe da Lava-Jato na PF, Igor de Paula Romário, formou um grupo no WhatsApp para esculhambar com Dilma e Lula e para torcer por Aécio.
A direita acha que tudo que faz fica impune. Mas um dos membros do grupo passou anonimamente os arquivos com as mensagens para a jornalista Julia Dualibi, hoje comentarista da GloboNews, que publicou as besteiras no Estadão.
No grupo, Lula e Dilma eram “as antas” e Aécio era, segundo Igor, “o cara”. Não vou repetir aqui as mensagens do grupo de tucanos que torcia pela direita e atacava o PT, com o propósito (podem rir) de denunciar que “o comunismo e o socialismo são um mal que ameaça a sociedade”.
A turma se intitulava Organização de Combate à Corrupção. O símbolo era uma caricatura de Dilma com dois dentões, com uma faixa vermelha onde se lia: “Fora PT”.
O ministro da Justiça era José Eduardo Cardozo. Não fez nada. Ninguém fez nada. Nem a PF, nem o ministro, nem o Supremo. Ninguém.
A Lava-Jato, se sabe hoje, agia como bem entendia, até com torcida de delegados. Tudo impune.
Pois agora cai um delegado que, sem interferência direta no caso das milícias e dos laranjas dos Bolsonaros, poderia atrapalhar o esquema de proteção ao Queiroz.
E Sergio Moro faz o quê? Finge que não é com ele. A Polícia Federal, pelo que informam de Brasília, não segue mais as ordens de Moro. Bolsonaro manda diretamente na PF, ou tenta mandar. Queiroz agradece.