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Ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Fabrício Queiroz era monitorado e sofria restrições de movimentação impostas pelo advogado Frederick Wassef, indicaram mensagens apreendidas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Segundo o MP-RJ, o ex-assessor, preso nesta quinta-feira (18) em São Paulo por acusação de lavagem de dinheiro na Assembleia Legislativa do Rio, buscava omitir de Wassef, também advogado de Jair Bolsonaro, as saídas que fazia do imóvel que tinha o defensor como proprietário, em Atibaia (SP). O MP-RJ informou que Queiroz e seus familiares desligavam seus telefones quando se aproximavam da casa, para evitar eventual monitoramento de autoridades policiais.
Os diálogos indicaram que Wassef cogitou levar toda a família de Queiroz para Atibaia (SP) após a derrota no Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento sobre o compartilhamento de informações financeiras detalhadas em relatórios do Coaf. “[Wassef está] Querendo mandar para todos [sic] para São Paulo se a gente não ganhar”, disse Queiroz em 24 de novembro de 2019 para a mulher, Márcia Aguiar. O teor das mensagens foi publicado no jornal Folha de S.Paulo.
Mensagens datadas de outubro de 2019 mostraram a esposa de Queiroz, Márcia Oliveira de Aguiar, pedindo à filha para informar a uma mulher identificada como Ana que o casal está a caminho de São Paulo. A mulher responde: “Pode ficar tranquila que não falo nada não”.
Em outro áudio, Ana afirma, segundo os promotores, que não comentou com “Anjo” sobre a viagem do casal. Para o MP-RJ, o apelido é referência a Wassef.
Outras mensagens mostram o ex-assessor afirmando que precisa desligar o telefone ao se aproximar da casa de Wassef. “A gente vai ter que desligar o telefone, daqui a pouco a gente vai entrar na nossa área”, disse Queiroz num áudio de julho de 2019.
“Se tiver alguma coisa pra falar, fala por aqui [telefone de Márcia, mulher de Queiroz] ou por aquele telefone que tá com minha filha, tá bom? Quando eu entro na cidade em que eu tô, eu desligo os telefones”, relatou Queiroz a um homem identificado como Heyder.