Quem é o general Freire Gomes, citado em plano de golpe pelo hacker Delgatti

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O general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército entre março e dezembro de 2022, esteve envolvido diretamente no plano golpista para impedir a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de acordo com Walter Delgatti Neto, o hacker da Vaza Jato, em depoimento à CPMI do 8 de janeiro.

Por Yurick Luz, compartilhado de DCM




Jair Bolsonaro e o general Marco Antônio Freire Gomes. Foto: Reprodução

Segundo Delgatti, o coronel Marcelo Jesus, que atuava no Alto Comando do Exército, intermediava a relação do hacker com Freire Gomes, então comandante do Exército.

Após a derrota de Bolsonaro nas urnas, o argentino picareta Fernando Cerimedo fez lives com inverdades sobre o sistema eleitoral. O compartilhamento desses conteúdos gerou bloqueios nas redes sociais de bolsonaristas. Em depoimento, Delgatti afirmou que Jesus lhe enviava os vídeos e pedia que ele autenticasse o conteúdo.

O general Marco Antônio Freire Gomes chegou a ser citado em plano de golpe descrito por Ailton Barros, ex-major do Exército, à Polícia Federal. Barros foi preso em maio, acusado de intermediar inserção de dados ilegal no cartão de vacinação da Covid.

O general é citado em outro plano de golpe, que envolve uma conversa entre Barros e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. No dia 15 de dezembro, Barros disse a Mauro Cid: “É o seguinte, entre hoje e amanhã, sexta-feira, tem que continuar pressionando o Freire Gomes para que ele faça o que tem que fazer”.

E-mails mostram que Bolsonaro teve, pelo menos, três reuniões sigilosas com comandantes militares logo após sua derrota nas eleições 2022. Os encontros foram em novembro de 2022 e contaram com a presença Freire Gomes (Exército); Garnier Santos (Marinha) e Carlos de Almeida Baptista Junior (Aeronáutica).

Comandante critica "narrativas manipuladas" sobre o Exército
O general Marco Antônio Freire Gomes. Foto: Reprodução

Em sua carreira militar, Freire Gomes serviu no 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado (RC Mec), em Bela Vista (MS); no 10º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado, em Recife; e no 16º RC Mec, em Bayeux (PB).

Ele ainda esteve no 1º Batalhão de Forças Especiais e no Comando da Brigada de Infantaria Paraquedista, no Rio de Janeiro, e fez parte do Grupo de Observadores das Nações Unidas na América Central (Onuca). Foi comandante do 1º Batalhão de Ações de Comandos, em Goiânia e retornou à Aman como instrutor, entre outros cargos.

No generalato, esteve nos cargos de comandante da Brigada de Operações Especiais e do Comando de Operações Especiais, em Goiânia; 1º Subchefe do Comando de Operações Terrestres (Coter), em Brasília; comandante da 10ª Região Militar, em Fortaleza; secretário-executivo do GSI; comandante militar do Nordeste, em Recife; e comandante de Operações Terrestres, em Brasília.

Já o sócio do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em uma empresa nos EUA, o influenciador Paulo Generoso, disse que Freire Gomes foi contra uma proposta de golpe com a suposta participação do ex-presidente. Ele pressionava o general em suas redes.

“Freire Gomes foi contra e disse que não valia a pena ter 20 anos de problemas por 20 dias de glória e falou que não apoiaria ou atenderia o chamado do presidente pra moderar a situação mesmo após Bolsonaro apresentar vários indícios de parcialidade em favor de Lula pelo TSE e STF”, afirmou em seu Twitter.

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