Publicado em Jornal GGN –
Senador e filho do presidente publicou mensagem em uma conta da rede social e, em seguida, apagou. Frase foi acompanhada de matéria “Hamas repudia visita de Bolsonaro a Israel e pede ‘retratação’”
O movimento islâmico palestino controla a faixa de Gaza e é constituído por três frentes: uma entidade filantrópica, um braço político e outro braço armado. A organização protesta pela expansão do Israel sobre o território palestino que, em 50 anos, passou do perímetro do Estado de Israel, criado oficialmente em 1948, com o apoio da comunidade internacional, para praticamente todo o território da Palestina.
Israel ainda reivindica a cidade de Jerusalém como sua “capital indivisível e eterna”, contrariando tratados internacionais e povos que se estabeleceram na região antes da constituição do estado moderno israelense.
Flávio Bolsonaro fez sua publicação no Twitter acompanhada de uma reportagem intitulada “Hamas repudia visita de Bolsonaro a Israel e pede ‘retratação’”.
O movimento palestino se refere a postura do presidente do Brasil. No primeiro dia de visita à Israel, Bolsonaro anunciou a abertura de um escritório de negócios do Brasil em Jerusalém, em apoio aos negócios com Israel.
O governo brasileiro também considera a cidade como capital indivisível dos israelenses. Ainda durante as disputas eleitorais, Bolsonaro disse que o Brasil iria transferir a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, reconhecendo a reivindicação de Israel.
A proposta de uma Jerusalém indivisível aos israelenses não é reconhecida pela comunidade internacional, menos ainda pelos palestinos que reivindicam a cidade Oriental como capital do futuro Estado. Portanto, parte do conflito poderia ser solucionada se os israelenses aceitassem a divisão e a constituição de um estado palestino.
Em nota, além de criticar a abertura do escritório, o Hamas pontuou que a postura de Bolsonaro “não só contradiz a atitude histórica do povo brasileiro, que apoia a luta pela liberdade do povo palestino contra a ocupação [israelense], mas também viola as leis e as normas internacionais”.
A organização também pediu às organizações internacionais, à Liga Árabe e à Organização de Cooperação Islâmica que pressionem o governo brasileiro a “reverter esses movimentos que apoiam a ocupação israelense e dão cobertura para seus crimes abomináveis e violações contra o povo palestino”.
Segundo o Ministério da Economia, em 2018 os países do Oriente Médio importaram do Brasil mais de US$ 14 bilhões.
Esse grupo não inclui Israel, que no mesmo ano comprou US$ 320 milhões em produtos brasileiros. O bloco de países árabes é o quarto maior comprador de carne do Brasil.
Mapa da expansão do Estado de Israel em áreas não reconhecidas pela comunidade internacional.
*Com informações do G1