Na culinária brasileira, o quiabo é tipicamente consumido junto com outros alimentos para potencializar sabor. Quiabo com frango, com carne, caruru – que é o famoso cozido de quiabo com camarão… Mas e se o vegetal fosse combinado a outras plantas para ajudar no combate a um dos maiores desafios ambientais da atualidade?
Por BYDÉBORA SPITZCOVSKY, compartilhado de The Greenest Post
Essa foi a descoberta feita pela química Rajani Srinivasan, que é professora na Universidade do Texas, nos EUA. Incomodada com a quantidade de agentes químicos sintéticos que são colocados na água das estações de tratamento para deixá-la própria para consumo – e que, depois, são ingeridos por nós, seres humanos, por tabela -, a pesquisadora começou a testar formas naturais de retirar impurezas da água.
E descobriu no quiabo uma ótima alternativa natural para “chupar” os microplásticos do recurso. A funcionalidade é, na verdade, uma característica da “baba” do quiabo – tão odiada por alguns na hora de consumi-lo.
Essa baba possui polímeros naturais chamados polissacarídeos que, ao serem combinados com polímeros de outras plantas, são capazes de atrair os microplásticos. Assim, eles se juntam, formando um grande bloco desse tipo de resíduo, o que facilita sua filtragem e retirada da água.
Para extração de microplásticos da água salgada, a melhor combinação testada foi quiabo com feno-grego. Já para retirada do resíduo da água doce, a fórmula imbatível foi quiabo com tamarindo. A solução ecológica já foi apresentada em conferência da Sociedade Química Americana e, agora, Srinivasan busca incentivos financeiros para aplicar o método em escala industrial. Voa, mulher!