Por Alex Solnik em Brasil 247 –
Em artigo na Folha, o rabino Michel Schlesinger, que é também Bacharel em Direito pela USP e um dos líderes da comunidade em São Paulo define o voto inspirado em valores judaicos.
“Um deles é a obrigação de não se omitir” diz ele, condenando quem vota nulo, branco ou não vota por opção.
“O voto inspirado em valores judaicos deve buscar um governante que, independentemente de sua convicção religiosa seja capaz de conduzir os debates de maneira ampla”, prossegue.
“Princípio da tradição judaica é a defesa dos direitos humanos” enfatiza. “Devemos privilegiar candidatos capazes de condenar enfaticamente qualquer violação dos direitos humanos no Brasil e no mundo”.
“A tradição judaica nos compromete com princípios de justiça social”, escreve. “A maneira como um governante lida com minorias é base da ética judaica”.
“A maneira como o Estado trata povos indígenas e descendentes de quilombolas, quanta liberdade dá ou não a religiões afrodescendentes e o quanto se engaja na luta para que negros e mulheres possuam as mesmas chances que homens brancos é um tema central para um voto imbuído de valores judaicos”.
Por motivos óbvios, o rabino se abstém de citar nomes, mas fica evidentemente claro que Bolsonaro contraria todos os valores judaicos que ele enuncia embora tente surfar no apoio judaico falando bem de Israel e se internando no Hospital Albert Einstein. Falar bem de Israel não significa absolutamente nada se o candidato não segue nenhum dos princípios morais do judaísmo. É um parasita e oportunista tal como Edir Macedo que decidiu usar símbolos e indumentárias judaicas, sem adotar seus valores. Edir não deixou de ser um charlatão, nem Bolsonaro deixou de ser nazista.
O rabino condena abertamente a opção de alguns milionários judeus, especialmente a do empreiteiro Meyer Nigri que flerta publicamente com o candidato da extrema-direita e alicia outros votos judaicos para ele.
Schlesinger avisa ao distinto público que o que é bom para Nigri não é bom para os judeus, nem para os brasileiros nem para a humanidade.