Por Paula Bianchi, compartilhado de The Intercept Brasil –
Não é segredo que Jair Bolsonaro demitiu o diretor-geral da Polícia Federal Maurício Leite Valeixo para proteger os filhos. Mas Moro jogou apenas parte da história no ventilador ao atribuir a sua saída às tentativas do presidente de interferir na instituição.
Além do inquérito das fake news que resvala em Carlos e Eduardo Bolsonaro, outro caso traz arrepios ao presidente. Flávio Bolsonaro, o filho 01, lucrou com a construção ilegal de prédios da milícia no Rio, como o Intercept revela hoje com exclusividade após ter acesso à íntegra do processo contra o senador e que corre sob sigilo.
Flávio Bolsonaro, então deputado estadual do Rio, era uma espécie de ‘investidor anjo’ dos assassinos comandados pelo capitão Adriano da Nóbrega – aquele mesmo, executado de forma mais que suspeita em fevereiro no interior da Bahia. O dinheiro para levantar os prédio ilegais vinha das ‘rachadinhas’ do antigo gabinete do filho do presidente na Assembleia Legislativa fluminense, e era repassado aos milicianos por ninguém menos que Fabrício Queiroz, o laranja sumido. Essa é a tal “pica do tamanho de um cometa” que Queiroz temia no ano passado, e que o TIB publica hoje.
Um trecho da reportagem (que você pode ler na íntegra no nosso site, o link está logo abaixo):
“Os investigadores dizem que chegaram à conclusão com o cruzamento de informações bancárias de 86 pessoas suspeitas de envolvimento no esquema ilegal, que serviu para irrigar o ramo imobiliário da milícia. Os dados mostrariam que o hoje senador receberia o lucro do investimento, de acordo com os investigadores, através de repasses feitos pelo ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega e pelo ex-assessor Fabrício Queiroz.“
Os advogados de Flávio tentaram barrar as investigações dos promotores nove vezes. Sim, nove. Medo de que alguém descobrisse que nem só de chocolate é feito o milionário patrimônio do senador que entrou na vida política em 2002 com só um Gol 1.0 e o sobrenome do pai.