Rapper GOG coloca os pingos nos is: “Testar remédios em presos, Xuxa, é eugenia, darwinismo social”

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Por Conceição Lemes, compartilhado de Viomundo – 

Em live no final da noite de sexta-feira (26/03), Xuxa disse ser a favor de que remédios e vacinas sejam testados em pessoas presas: “Serviriam para alguma coisa antes de morrer” (veja ao final).

Tão logo o vídeo foi postado, o sentimento de indignação tomou conta das redes sociais.

E avançou pela madrugada adentro.




Gerson Carneiro, leitor do Viomundo, foi o primeiro a chamar-lhe de Xuxa Menghele, em referência ao anjo da morte de Auschwitz.

Meneghel  é o sobrenome da apresentadora.

Mengele foi chefe do serviço médico do campo de concentração de Auschwitz, no sul da Polônia, entre 1943 e 1945.

Ele usou prisioneiros de campo de extermínio nazista como cobaias em suas experiências para tentar comprovar a teoria sobre a superioridade da raça ariana.

Em resposta a @xuxameneghel, Gerson Carneiro prosseguiu:

Toda a legislação internacional que rege a pesquisa clínica atual nasceu a partir do julgamento de Nuremberg. Foram julgadas e condenadas ações provenientes de pensamentos como o dela.

Sempre é bom lembrar que todo mundo pode cometer crime. Inclusive a Xuxa. 😏

A equipe da apresentadora logo percebeu o estrago, o arranhão, na imagem dela, e o pedido de desculpas veio rápido.

Às 2h da madrugada de 27 de março, Xuxa postou-o em rede social.

“É tarde”, contrapôs Gerson ao pedido de @xuxameneghel (veja ao final).

Ele continua:

Pode trocar o pedido de desculpas por uma visita a uma penitenciária nesse fim de semana, se quiser. Pode ser penitenciária feminina.

Curioso é que o pedido de desculpas da Xuxa não foi dirigido a quem ela ofendeu.

E começou assim:

– Oi gente! São duas horas da manhã do dia 27 de Março. Dia do meu aniversário.

Houve quem aceitou o pedido de desculpas, como a filósofa e escritora Marcia Tiburi.

A advogada Tânia Mandarino insurgiu-se:

Genival Oliveira Gonçalves, o GOG, é um rapper de Brasília (veja o PS do Viomundo).

Em vídeo, ele detona com muita categoria e propriedade a ex-rainha dos baixinhos.

Com voz tranquila, sempre dialogando com Xuxa, o poeta do rap, como GOG é conhecido, vai fundo na sua avaliação.

Não deixa pedra sobre pedra.

Confira abaixo.

É paulada do começo ao fim:

— A sua fala foi e será sempre desumana.

— Momento bom para lembrar que grande parte dos encarcerados brasileiros não passou por um julgamento. Nenhum julgamento, só o da sociedade. A maioria, pobres e negros, com até 29 anos de idade.

— Você se assumiu vegana eugenista que salva a vida dos animais e sem vergonha decreta a morte da carne humana.

— Sua ideia, Xuxa, é eugenia, darwinismo social.

— Você pode ser ministra da Saúde ou da Justiça do Bozo e leva junto o entrevistador como assessor.

— Você é uma das pessoas mais feias que já vi, por exalar do porão interno atrocidades e transmitir no rosto um sorriso falso.

— Você cogita há um tempo deixar o Brasil. Junta logo as suas malas e vá.

— Xuxa, você uma pessoa tão pobre, tão pobre, que só tem dinheiro.

— Minha fala não é desrepeito. Jamais. É só colocar os pingos nos is. Só não vale pedido de desculpas, viu?!

— Eu sou GOG, do pessoal dos direitos humanos.

PS do Viomundo: Em 2015, GOG fez um show no Encontro de Blogueiros do Paraná, realizado em Curitiba.

Vato, um menino da periferia recém-entrado no grupo dos blogueiros, contou à advogada Tânia Mandarino que o sonho dele era que GOG viesse ao evento.

Tânia foi atrás. Descobriu que o seu filho, Kauê, já havia tocado com GOG num sarau em Curitiba.

“Mas, para vir ao encontro de blogueiros, GOG exigiu uma ida à favela”, relembra.

Requisito cumprido.

A escolhida foi a Caximba, que fica num aterro sanitário.

Na noite anterior, havia chovido muito e os barracos estavam inundados.

Adversidade que não impediu a apresentação de GOG na favela e o almoço com os moradores.

“A Márcia Fruet entrou com os gêneros alimentícios e nós fizemos o rango”, conta Tânia.

Mais à noite, GOG apresentou-se no 3º Paraná Blogs.

Claudio Bastos registrou o show em dois vídeos.

O som deixa a desejar, mas é o que foi possível.

Abaixo, parte do show no encontro de blogueiros.

GOG conta no comecinho que avó tinha chegado do Piauí.  E a mãe, para não gastar créditos do celular, só falava “pópôpópacuá”. Um dia ele perguntou para a mãe o que ela falava. Era “pode por o pó pra coar”, para passar um  cafezinho.

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