Por Carlos Eduardo Alves, jornalista, no Facebook
Há um estelionato jornalístico em curso que pretende apresentar as manifestações da extrema direita ontem como motivadas pela defesa da tal reforma da Previdência. Mentira, 171, impostura, manipulação.
No principal palco dos fascistas ontem, a Paulista, o que levava a turma ao orgasmo eram xingamentos a políticos e ao STF. Reformas eram MUITO lateralmente citadas pelos oradores raivosos em cima dos carros de som.
A vigarice jornalística, que embora comandada pela Rede Globo conta também com Folha e Estadão, tenta criar o fato consumado sobre uma suposta “popularidade” da afanada nas aposentadorias e tornar o bolsonarismo o termômetro brasileiro.
O caso de ontem é importante até para questionar como uma pesquisa deve ser feita. O Valor divulga hoje um trabalho que aponta ser a Previdência o maior fator a engrossar o evento de ontem. Quem esteve lá sabe que para os fascistas é mais fácil alegar uma “causa nobre” no lugar do ódio que os moveu e foi mostrado na Paulista.
Um outro exemplo dessa manipulação foi a interpretação de uma recente pesquisa do DataFolha sobre Previdência que demonstrou, no número principal, um equilíbrio entre favoráveis e contrários à reforma.
Quando se olha os detalhes, constata-se que a população rechaça a mudança. A rejeição chega até a não só recriminar as idades de 65 e 62 anos para aposentadoria. Naquele levantamento, os consultados querem a diminuição da idade atual para aposentadorias (um exagero que não é sustentável economicamente).
Em todas as outras perguntas, a maioria vai na contramão do que quer Guedes. O que isso significa? O bombardeio diário de JN e TODAS as grandes mídias criou um equilíbrio falso na população, que em sua maioria não conhece os detalhes da maldade.
Quando se explica a proposta e seus efeitos nas vidas das pessoas, o apoio é mínimo. O que está ocorrendo é uma tentativa, se aproveitando de mentiras e manipulações, de convencer o povo que ele deve comprar sorrindo a corda que irá enforcá-lo.