Reitor da UFPR critica “demonização” das Universidades Federais

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Publicado em Brasil 247 – 

O reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Marcelo Fonseca, afirmou ver “padrão” de operação da Polícia Federal nas universidades durante investigações de supostos desvios de dinheiro; desde dezembro do ano passado, ao menos quatro três universidades federais foram alvos de operações – UFPR, UFRGS, UFSC e UFMG; A”o comentar sobre as operações, o reitor da UFPR afirmou que as investigações “devem até ser aprofundadas, corrigidas”. “Mas elas precisam ser feitas com essa cobertura midiática massiva? Precisam ser feitas com conduções coercitivas ou prisões de reitores? Precisam ser feitas com a demonização da instituição?”, questionou

O reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Marcelo Fonseca, afirmou ver “padrão” de operação da Polícia Federal nas universidades durante investigações de supostos desvios de dinheiro.




“Eu quero crer, claro, que isso não esteja ligado a um projeto de desvalorização consciente que se faça das universidades públicas, porque coincidentemente nós temos sido muito atacados, inclusive pelos meios de comunicação, com relação a uma suposta ineficiência, que seríamos muito caros como instituição pública”, disse. “Eu não defendo em nenhum momento que essas instituições públicas universitárias não devam ser fiscalizadas. Mas eu nunca vi antes, em um contexto de 12 meses, que as universidades tivessem sido alvo, de maneira coordenada”, acrescentou.

Em dezembro de 2016, a PF deflagrou uma operação para investigar desvios de dinheiro em programas de incentivo à pesquisa na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em fevereiro deste ano, foi deflagrada a operação Research para apurar um suposto esquema de desvio de R$ 7,3 milhões em bolsas e auxílios de pesquisa na UFPR. Na ocasião, 29 pessoas foram presas e outras oito foram levadas a prestar depoimento sob condução coercitiva. A entrevista foi concedida ao site Uol.

No mês de setembro, a operação Ouvidos Moucos, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) prendeu preventivamente o ex-reitor Luiz Carlos Cancellier. Mesmo solto, ele foi afastado do cargo. Dezoito dias depois, cometeu suicídio. “A prisão de um dirigente máximo de uma universidade é uma coisa que golpeia a instituição de uma maneira peculiar, digamos assim. A crise em que a UFSC entrou depois da prisão e mesmo antes do suicídio do reitor Cancellier bem demonstra isso. A instituição como que fica sem rumo, fica acéfala”, disse Fonseca.

No último dia 6 de dezembro, Jaime Arturo Ramirez e Sandra Regina Goulart de Almeida, respectivamente reitor e vice-reitora da instituição da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerias), foram alvo de condução coercitiva pela PF. Neste caso, a ação tinha como objetivo apurar supostos desvios de recursos na construção do Memorial da Anistia Política do Brasil.

Ao comentar sobre as operações, o reitor da UFPR afirmou que as investigações “devem até ser aprofundadas, corrigidas”. “Mas elas precisam ser feitas com essa cobertura midiática massiva? Precisam ser feitas com conduções coercitivas ou prisões de reitores? Precisam ser feitas com a demonização da instituição?”, questionou. “Acho que são essas as perguntas fundamentais. Porque ao se fazer isso, se deixa de lado o fato que a mim parece mais importante: de que apesar dos defeitos, porque toda instituição pública ou privada tem defeitos, as instituições públicas de ensino superior são a reserva da ciência, da tecnologia e da inovação no Brasil”.

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