Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, Bem blogado –
Uma amiga está com Covid-19. Não só ela, a família. O pai faleceu com o mal, a irmã está contaminada, bem como a mãe, que está com ela em casa, e o marido, internado.
Fica claro que precisamos nos cuidar, não menosprezar a doença e manter o isolamento.
Abaixo o relato dela.
“Meu pai foi internado com Covid-19. Eu e minha irmã nos revezamos no hospital. Nós duas pegamos a doença dele. Passei para a minha mãe, que eu tinha trazido há dois meses para minha casa, para protegê-la do mal. Passei também para o meu marido, que está internado.
Estou começando a melhorar, mas fico muito cansada quando fico de pé. Estou com dor de cabeça e diarréia, mas isso é fichinha perto do que estava sentindo. Estive muito mal.
A doença é assim mesmo. Ela consome muita energia. Fico em pé 10, 15 minutos e parece que corri uma maratona.
Tenho que fazer tudo devagarzinho. Levanto, lavo uma louça, volto para cama; levanto, ponho roupa na lavadora, deito novamente. Depois, fico sentada um pouco… Tudo bem devagarzinho. É uma luta diária.
Para ficar bem, preciso chegar aos 25, 30 dias em que peguei a doença. Hoje é o meu décimo sétimo. Posso dizer que a fase terrível passou.
Minha mãe está no mesmo processo e meu marido está internado. Não está mais com febre, mas tem que ficar internado por causa do oxigênio que está recebendo e também por estar tomando antibiótico.
Aparentemente está evoluindo bem, mas não temos idéia de quando vai sair.
Se cuidem, que esta porcaria não é brincadeira. O dia fica cinza, deixa de ser colorido, porque a gente fica mal. Não tem nada pior do que a sensação de que podemos morrer a qualquer momento. É mais do que agonizante, é desesperador.
Então, se cuidem!”