Por Julinho Bittencourt, compartilhado da Revista Fórum –
Véio da Havan ainda é apontado pela agência como suspeito em vários outros negócios escusos; Sílvio Santos, Meyer Negri e Fábio Wajngarten também aparecem no documento
Luciano Hang, o veio da Havan, e Bolsonaro (Reprodução)
A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) produziu um relatório de 15 páginas, em julho de 2020, apontando uma série de trapalhadas e inconsistências na fortuna do empresário bolsonarista Luciano Hang, proprietário das lojas Havan. A reportagem de Lucas Valença para o UOL mostra que entre os negócios suspeitos pontuados pela agência estão agiotagem e custo fixo mensal maior que o faturamento.
O relatório ainda traz investigações por lavagem de dinheiro, remessa de dinheiro de origem ilegal ou duvidosa, sonegação fiscal, contrabando de importados e evasão de divisas. Políticos, apoiadores, empresários e pessoas que se aproximam da presidência da República acabam virando alvo de relatórios da Abin.
Também há informações sobre a condenação judicial sofrida por Hang em 2003 a quase quatro anos de prisão por “sonegação de contribuições previdenciárias”. O investidor foi multado em R$ 10 milhões.
Estiveram presentes o empresário Meyer Negri e Fábio Wajngarten, que acabou ocupando o posto de secretário-executivo da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência) e é apontado no relatório como sendo afilhado de Negri.
“Meyer Negri teria tido influência na indicação de Wajngarten para a Secom e Ricardo Salles para o Ministério do Meio Ambiente”, acrescenta a Abin.
“Luciano Hang é desde 2019, primeiro ano do governo do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido), o maior patrocinador privado do SBT, mantendo parte da tarde de domingo, considerado horário nobre na televisão, com programa exclusivo patrocinado pela Havan”, diz o órgão ligado ao GSI, indicando que uma aproximação entre o dono do SBT e o governo teria contado com a ajuda de Hang.
Gabinete do Ódio
Luciano Hang tem sido acusado também de ser um dos financiadores de fake news por meio do aplicativo WhatsApp e do chamado “gabinete do ódio”, responsável por desferir ataques contra adversários políticos desde as eleições de 2018, que elegeu Bolsonaro.
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O documento também ressalta que o empresário é um dos alvos da investigação criminal em aberto no STF (Supremo Tribunal Federal) para apurar ataques à Corte.
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