Relatório da Odebrecht com tarjas pretas: mais uma armação

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Por Miguel do Rosário, O Cafezinho – 

Francamente, prefiro ser chamado de paranoico do que de trouxa.

Não consigo acreditar em mais nada do que vem da Lava Jato.




Numa guerra, como se sabe, a primeira vítima é a verdade. E as mentiras são construídas não como o oposto à verdade. Não há mentiras puras, porque senão seriam apenas verdades pelo avesso.

A mentira propriamente dita é sempre uma meia verdade. Há distorções, às vezes sutis, e por isso mesmo poderosas; é aí que mora a mentira.

Esse relatório da Polícia Federal, vazado com nomes cobertos por tarjas pretas, revela antes uma armadilha, uma tática para gerar mistério e interesse na sociedade.

Qualquer internauta pode remover as tarjas pretas e os nomes continuavam pesquisáveis na ferramenta de buscar/editar.

Ou seja, as tarjas pretas são um engodo.

A troco de quê vazar um documento com tarjas facilmente removíveis?

A inclusão de JS (José Serra) pode ter sido apenas cálculo. Tipo assim: vamos jogar um nome da oposição, para criar um frisson entre petistas.

A troco de que colocariam tarja preta no nome e deixar os telefones de Serra expostos?

Como Serra é o adversário interno no PSDB de Aécio Neves, eu poderia me arriscar e dizer que mostra o dedo de Aécio.

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O relatório traz nomes de governadores do PT e do PSDB (Geraldo Alckmin) e ainda fala em agentes ou delegados da PF “dissidentes”, e tentativas de “melar” a Lava Jato, o que o relatório atribui aos grampos suspeitos encontrados em sala de Youssef.

A menção aos dissidentes é uma maneira de intimidar todos aqueles que não estão mancomunados com o golpe.

Não concorda com o golpe, é “dissidente”.

O próprio fato de todos os nomes próprios de políticos virem com siglas, me parece um tanto ridículo, numa tática também para criar suspense artificialmente.

As siglas não escondem nada.

Estamos lidando com bandidos. E possivelmente com firmas de consultoria de marketing político e relações públicas norte-americanas, dessas que assessoram campanhas presidenciais e ajudam a derrubar governos de outros países.

Não esqueçamos que os procuradores já viajaram aos EUA duas vezes para pedir “ajuda” a autoridades americanas: primeiro contra a Petrobrás, e depois contra a Odebrecht.

Marcelo Odebrecht anotaria, pessoalmente, cifras de milhões em propinas a serem repassados a políticos e apaniguados?

Não me parece crível.

A coisa toda me cheira a mais um capítulo de uma grande armação golpista.

Todas as conspirações (pesquisas, vazamentos, delações, marchas, tcu, tse) estão se convergindo para agosto, quando se espera aplicar o golpe.

Que não vai ser chamado de golpe, claro.

O “crime de responsabilidade” da presidenta, vão tentar inventar um, qualquer um.

Até as acusações contra Cunha, agora me parecem mais armadas do que nunca. Segundo a Época, o procurador pode anular a delação de Julio Camargo, pois estaria desconfiado de que este fez um acordo com Eduardo Cunha para inocentá-lo.

Ou seja, até isso pode ter sido armação, para justificar a “ruptura” de Cunha com o governo, liberando-o a aceitar os pedidos de impeachment contra a presidenta.

Afinal, por que Moro, que sempre havia pedido expressamente que os delatores não citassem parlamentares, para que o inquérito não subisse ao STF, resolveu vazar um vídeo em que Camargo faz acusações contra Cunha?

Abaixo, o documento, já sem as tarjas pretas, enviado por um internauta amigo.

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