Réu por apologia ao estupro: ação que remonta a 2014 volta a assombrar Bolsonaro, agora sem mandato e sem foro

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Nova manifestação da PGR faz ação pela qual Bolsonaro se tornou réu, parada desde que assumiu a presidência, volte a tramitar na Justiça

Por Ivan Longo, compartilhado da Revista Fórum




Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados.Créditos: Nilson Bastian/Câmara dos Deputados

Uma ação de apologia ao estupro e injúria contra Jair Bolsonaro por um fato de 2014 e que estava com tramitação suspensa desde 2019 voltou a assombrar o ex-presidente após manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o tema emitida nesta segunda-feira (24). 

Em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, defendeu que a ação de apologia ao estupro e injúria que tornou Bolsonaro réu em 2016 seja julgada pela primeira instância, já que o ex-mandatário não é mais presidente e, portanto, não possui mais foro especial

Trata-se da ação protocolada junto à Justiça após Bolsonaro ter dito em entrevista na Câmara, em 2014, que a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) “não merecia ser estuprada” por ser “muito feia”. Ele se tornou réu pela declaração a partir de decisão do STF em 2016, mas o processo havia sido suspenso em 2019, logo após ele se tornar presidente. 

Na manifestação enviada ao STF nesta segunda-feira, Lindôra Araújo argumentou que, por Bolsonaro não ter mais foro privilegiado, o caso deve ser retomado, mas na primeira instância e não no Supremo. Segundo a vice-PGR, com o fim da presidência de Bolsonaro, “encerra-se a imunidade formal temporária, que paralisara, temporariamente, o exercício da atividade persecutória do Estado”.

“Logo, está presente causa superveniente de cessação da competência penal originária da Suprema Corte, impondo-se sua necessária remessa ao juízo competente da primeira instância, com a finalidade de preservar os princípios constitucionais do juiz natural e do devido processo legal”, atesta a procuradora. 

A manifestação da PGR, agora, será analisada pelo ministro relator do caso no STF, Dias Toffoli, que deve acatar o argumento e enviar o processo à Justiça do Distrito Federal que, por sua vez, terá que retomar o caso e, inclusive, convocar Jair Bolsonaro a prestar depoimento.

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