Ricardo Nunes se inspira em Adolf Hitler para isolar a Cracolândia

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Estudei quando criança na escola judaica Scholem Aleichem, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, a algumas quadras de onde se localiza hoje a chamada Cracolândia, no coração da capital.

Por Simão Zygband, compartilhado de seu Blog




Entre as aulas que tive sobre a cultura judaica, poucas me chamaram a atenção como a que se referia ao Gueto de Varsóvia, na Polônia, onde nos anos 40, após a invasão do país pelos nazistas de Adolf Hitler, foi isolada a população judia, em uma área de 3,4km² onde foram segregadas 450 mil pessoas, 30% da população da capital polonesa.

O Gueto de Varsóvia

O Gueto de Varsóvia foi o primeiro passo para que Hitler e seus oficiais decidissem pelo extermínio dos judeus nas câmaras de gás, já que boa parte de sua população foi transferida de trens para os campos de concentração de Auschwitz e Treblimka. Dos 450 mil habitantes, restaram apenas 70 mil.

Não é que agora o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, com a colaboração do governador do Estado, Tarcísio de Freitas, tiveram a feliz ideia de se basear nas soluções de Adolf Hitler e erguer um muro de 40 metros de extensão na chamada Cracolândia,  construindo assim uma espécie de “campo de concentração” para os usuários de crack? A Prefeituras gastou cerca de R$ 100 mil com a “obra”.

Esta é a avaliação dos participantes do coletivo Craco Resiste (e a minha também, claro) que constata  que o muro fecha “um triângulo no fluxo” e cria um “campo de concentração de usuários”.

Para Roberta Costa, da Craco Resiste, o muro foi levantado para manter os usuários no espaço e “cobrir” a visão da Cracolândia para quem passa de carro pela Rua General Couto Magalhães.

“Com o muro e os gradis, a região vira um triângulo cercado. Em tese, os usuários são livres para sair e entrar no local, mas são direcionados pelos guardas civis sempre para a mesma área”.

Segundo ela, para entrar no cerco, eles passam por revistas, que seriam para retirar “coisas ilícitas”.

Roberta afirma que o muro “encarcerou” os usuários, e os movimentos de direitos humanos são impedidos de entrar na área para prestar assistência a eles.

Ela conta que tentaram fazer uma ação de Natal no dia 22 de dezembro com frutas, comida e arte, mas foram impedidos de se aproximar dos usuários de crack.

“Não cuidam e também nos impedem de cuidar. Esse triângulo é delimitado por esse muro que foi construído para as pessoas com carro não verem as pessoas que estão ali. E quem quer sair das grades ou ficar na calçada – do outro lado da rua – é comum receber spray de pimenta na cara para voltar para a grade”, disse Roberta.

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