Enquanto constrangeu a cantora paraibana, que busca passar imagem de isentona, plateia foi ao delírio com show da banda punk com críticas ao racismo, ao sexismo, ao fascismo e a Bolsonaro.
Por Plinio Teodoro, compartilhado da Revista Fórum
O Rock in Rio voltou a tornar-se palco de protestos contra Jair Bolsonaro (PL) que ganharam dimensão internacional com o show memorável da banda punk estadunidense Green Day e o constrangimento da plateia com o habitual coro “homenageando” o presidente na subida de Elba Ramalho ao palco na noite desta quinta-feira (9).
Buscando se colocar como isentona, Elba Ramalho tem sido cancelada nas redes por sua postura desde a pandemia, quando ecoou a teoria da conspiração de que o coronavírus seria uma medida de “comunistas” para destruir cristãos. Mais recentemente, a cantora paraibana tentou conter um coro de “Fora, Bolsonaro” em show no Nordeste e foi respondida com um Lulaço.
Elba, que subiu ao palco logo após a banda Blitz, de Evandro Mesquita, foi recebido pela plateia do Rock in Rio com o habitual coro de “eih, Bosonaro, vai tomar no cu” e não conseguiu disfarçar o constrangimento.
Já o Green Day entrou no palco, já na madrugada deste sábado (10), disposto a realizar todos os sonhos dos fãs – incluindo levantar bandeiras contra o racismo, o sexismo, o fascismo e, claro, Bolsonaro.
Ao tocar Holiday, um dos seus hits mais politizados em que a banda pede para “para sonhar e discordar das mentiras sujas” do “deputado da Califórnia” que tem a palavra, o vocalista Billie Joe trocou o estado dos Estados Unidos por Brasil, em clara alusão a Bolsonaro.
No show, a banda ainda deu espaço para um pedido de casamento no palco, convidou uma fã para tocar guitarra, levantou o símbolo LGBT e, por fim, Joe pendurou sobre os ombros uma bandeira do Brasil com frases “no racism, no fascism, no sexism, Green Day”, em meio ao coro de “eih, Bolsonaro, vai tomar no cu”, entoado várias vezes pelos fãs.
Veja vídeos do show do Green Day: