Meu nome é Rosenildo Ferreira. Mas gostaria mesmo era de ser chamado de Mário Lúcio Duarte Costa.
Se um dia tiver um filho, o batizarei com o nome do cidadão, atleta, profissional da bola e mais conhecido por Aranha.
Mineiro de Pouso Alegre, ele fez história (assim como Nelson Mandela, Steve Biko, Abdias do Nascimento, Rosa Parks e Malcon X) ao tentar dar um basta no racismo nada cordial, e fundamentalmente canalha, que desfila pelos gramados de futebol do Brasil.
Hoje, vemos que Aranha, paga um preço alto por não ter sucumbido, como outros afrobrasileiros, à avalanche de críticas, aos acordos espúrios da turma do “deixa disso”, e, fun-da-men-tal-men-te à canalhada vigente por aqui que, no afã de produzir imagens de reconciliação, impõem à vítima o papel de aceitar abraçar seu algoz. Para, com isso, diluir o processo criminal e transfromar tudo em mal entendido.
E nesta toada, o racismo vai crescendo e o massacre de crianças e jovens não-brancos passa a ser chancelado, e incentivado, até mesmo por pessoas que se dizem democráticas e decentes.
A rigor, o Aranha não fez nada demais. Nada heróico. Pois foi apenas cidadão e exigiu o direito de ser respeitado.
Hoje, paga uma conta altíssima e, tenho certeza, ficará desempregado em 2015. Isso se não acabar sendo processado pelos canalhas e covardes que se travestem de democratas e decentes.
Aranha, eu tenho orgulho de saber que no Brasil existe um ser humano com a sua altivez.
Conte comigo!
