Carlos Henrique Machado Freitas pelo Facebook
Por Breno Altman
Obviamente a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) tem legitimidade e credenciais para apresentar sua candidatura à presidente da Câmara. Outra coisa, porém, é exigir do restante da esquerda, especialmente do PT, que concorde com um roteiro cuja única beneficiária é a candidata psolista à Prefeitura paulistana. Senão vejamos:
1. Erundina só cresce em São Paulo tirando votos de Fernando Haddad. Para tanto, precisa abrir canais com o tradicional eleitorado petista, convencendo-o que o PT traiu sua história e que ela é a única representante da esquerda na disputa.
2. Ao se candidatar para presidir a Câmara dos Deputados, além de holofotes, Erundina tentou colocar o PT em uma encruzilhada negativa : se a apoia, chancela seu protagonismo e isso vira um novo ativo da deputada que deseja ser prefeita; se não a apoia, abre espaço para mais críticas de suposta “traição contra a esquerda”, em um discurso hipoteticamente útil para enfrentar Haddad.
Claro que o PSOL tem todo o direito de fazer esse truque de natureza eleitoreira. Somente não pode querer obrigar PT e PCdoB a aceita-lo como “questão de princípio”, quando não passa de manobra para conquistar votos de esquerda na eleição paulistana.
A prova dos fatos é nítida: se o PSOL tivessem empenhado em unidade da esquerda como alternativa na Câmara, teria proposto um nome do próprio PT ou do PCdoB, ou ainda indicado Jean Wyllys, que não é candidato no pleito de outubro.
Apresentar Erundina como opção é batom na cueca. Pode-se almejar quase tudo em política, menos pedir que aliados ou adversários cometam haraquiri